Hosmany Ramos, quem diria, foi parar na Islândia. É o que deu nos jornais dos últimos dias. E parece que pretende ficar por lá, para isso já tendo começado a elogiar desbragadamente o país pela excelência de seus xadrezes. Ao que consta, ele próprio está numa cela exclusiva, com TV, computador, etc., em suma, com todos os confortos de um hotel quatro estrelas, como ele próprio declarou.

Hosmany afirmou que pretende pedir asilo àquele país europeu, quem sabe para poder usufruir das benesses de seus xadrezes quatro estrelas. Ele se diz perseguido no Brasil, mas é difícil para os comuns mortais entender por que seus ferozes perseguidores não o impediram de fugir tantas vezes das cadeias brasileiras.

O Brasil não tem tratado de extradição com a Islândia, o que pode facilitar a pretensão de Hosmany. Mas será sem dúvida uma pena se ele puder realizar seu intento, ou seja, conseguir asilo naquela fria ilha da costa européia. E será uma pena, digo eu, por uma razão muito simples: Hosmany é um dos raríssimos casos de criminosos brasileiros ilustres, com algum status social, curso superior, etc., que efetivamente foram sentenciados de forma definitiva e chegaram a cumprir ou estão cumprindo pelo menos uma parte significativa de sua pena, ou penas. E reparem que uso agora o vocábulo pena no sentido de punição, que é o que os brasileiros honestos almejam que um dia ocorra para todos os delinqüentes, desde os trabalhadores braçais, homens comuns, até os que se dizem não comuns, aqui incluídos os senhores membros do Congresso Nacional...

J. Dantas de Oliveira é Promotor de Justiça aposentado e advogado em São Carlos.