Nunca é demais alertar: o verão, o calor e o excesso de exposição ao Sol são componentes perigosos para a saúde pública e atingem, de forma mais grave, as crianças, os portadores de doenças crônicas e os integrantes da melhor idade, os idosos.

Em todos os casos, o efeito mais expressivo do verão está associado ao processo acelerado de desidratação. As crianças necessitam dos cuidados dos pais, responsáveis e cuidadores (professores, babás, irmãos mais velhos) para o contínuo processo de hidratação. Se muito pequenos, choram. Reclamam. Mas nem sempre conseguem expressar claramente uma necessidade específica. E um processo de desidratação, numa criança, gera efeitos muito rápido tendo em vista sua reduzida massa corporal.

Os portadores de doenças crônicas, por sua vez, têm no verão um inimigo, pois podem ter potencializadas suas deficiências, seja nas variações de quadros hipertensivos; seja na desidratação silenciosa, em razão da perda da capacidade de percepção da sede ou da ausência de hábito da hidratação; seja pelo agravamento da temperatura corporal, quando não pela insolação; além de problemas renais, por exemplo.

A insolação e os efeitos do Sol sobre a pele já são amplamente conhecidos - mas seus efeitos nocivos ainda são negligenciados por ampla parcela da população. Convivemos, no verão principalmente, com "pimentões" que abusam da exposição à luz solar, em praias e clubes. Continuamos a presenciar famílias que levam crianças à exposição nos horários de "pico" da incidência solar, entre 10 e 16 horas.

Recomendações simples, já amplamente difundidas, necessitam ser regularmente citadas para que os males causados pela exposição ao Sol, a falta de hidratação diária de crianças, adultos e idosos e os efeitos do intenso calor nos portadores de doenças crônicas possam ser atenuados.

Tenhamos atitudes de apoio e solidariedade junto às pessoas com necessidades específicas: observe o comportamento das crianças, hidratando-as regularmente, com água e sucos; faça o mesmo com os integrantes da melhor idade; roupas sempre leves e, preferencialmente, de algodão; bonés e protetor solar para todos; monitore a pressão arterial regularmente; especial atenção aos portadores de doenças crônicas como hipertensão, problemas renais, cardíacos e de pele.

Para o período de carnaval, então, cuidado deve ser redobrado com os foliões: hidratação intensa, sapatos adequados, roupas leves, alimentação rica em frutas e verduras e pausas constantes para o restabelecimento cardiorespiratório.

Dr. Walter Cordoni Filho é médico pediatra, especialista em saúde púbica, gestão hospitalar, medicina do trabalho e medicina ambiental.

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