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28.Mar 2024
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Marcos Assumpção canta a poesia de Florbela Espanca PDF Imprimir E-mail
Escrito por Divulgação   
17-Nov-2010
marcos_assumpo.jpgA poesia sensual, radical, trágica e passional da portuguesa Florbela Espanca ganha vida nova com a música do niteroiense Marcos Assumpção no CD A Flor de Florbela, quinto e mais maduro trabalho do cantor, compositor e violonista.

Principal figura feminina da poesia portuguesa do início do século XX, Florbela tem 17 de seus poemas musicados por Marcos, que traz para a linguagem musical do século XXI o universo literário de uma voz original e marcante da literatura universal.

As melodias fluentes, as harmonias construídas com delicadeza e as interpretações com a dose certa de dramaticidade ganham reforço nos arranjos que, além do violão afiado do autor, recebem uma instrumentação de complexa variedade. Convivem, no disco, violões de nylon, aço, doze cordas e slide, com harpa, oboé, fagote, viola de gambá, violoncelos, violinos, violas. Baixo fretless, bateria e percussão com flautas, clarinete, banjo, bandolim.

O resultado soa atemporal, respeitando a tradição da melhor MPB com e dando às canções a universalidade necessária a uma poesia que desperta paixões na primeira leitura.

Nascida em 8 de dezembro de 1894 e morta na mesma data, em 1930, Flor Bela Lobo, (depois Flor d´Alma de Conceição Espanca) começou a escrever aos sete anos, quando fez um poema que dava pistas de como seria sua obra densa e ousada: "A Vida e a Morte".

Filha do fotógrafo João Maria Espanca, que levou o cinematógrafo para Portugal, estudou no Liceu de Évora, foi uma das raras mulheres a fazer o curso secundário em terras portuguesas, cursou direito, teve três casamentos, abortos, tentativas de suicídio.

Seus poemas carregam linguagem tão sedutora que alguns críticos chegam a identificar um certo "donjuanismo" na sua obra.

A relação dos poemas escolhidos para o CD dá idéia da precisão dos versos e dos temas de Florbela Espanca: "Os Versos Que Te Fiz", "Se Tu Viesses Ver-me","Caravelas", "Noite de Saudade", "Errante", "Inconstância", "A Flor do Sonho", "De Joelhos", "Mentiras", "Amar", "Maria das Quimeras", "Desejos Vãos", "Horas Rubras", "O Fado", "Vozes do Mar", "Poetas" e "Só" .

Do cantor dos versos talhados em mármore da primeira faixa ao poeta que chora com a lua, na música final, todas poderiam, muito bem, ser temas das serestas que Marcos  Assumpção ouvia  quando começou a tocar violão, aos 9 anos de idade, influenciado pelo pai seresteiro.

O jovem que, aos 17, acompanhava  estrelas como Zé Kéti e Adelaide Chiozzo nas rodas de samba e choro promovidas por seu pai, ganhou experiência como músico da noite, em bares e festas.

Em 1995 chamou atenção do pesquisador Ricardo Cravo Albin, que o levou ao primeiro show, "Clave de Luz!" e, mais tarde, do compositor Sérgio Natureza, que convidou Marcos para fazer parte do elenco do antológico show "Balaio do Sampaio", homenagem ao capixaba Sérgio Sampaio no Teatro Rival, do Rio.

Recordista de bilheteria do projeto Novo Canto (1998), ao lado de outro fã de Florbela, o cearense Fagner, Marcos Assumpção vem mesclando as funções de autor e intérprete em cinco discos, geralmente bem recebidos pela crítica e pelas rádios especializadas do país.

Com A Flor de Florbela ele dá seu passo mais ousado, ao transformar em notas os versos densos da portuguesa. E quem ganha é o ouvinte, por ter na música um facilitador para conhecer algumas das melhores obras da literatura poética do século XX.

Texto do jornalista e crítico musical Kiko Ferreira.

Comentários faixa a faixa  por Marcos Assumpção

A faixa "Noite de Saudade" tem na harmonia e na melodia triste, a voz da noite que a poetisa ouvia e retratou aqui e o violão dobro slide soa como um lamento  , lamento da própria noite ... " eu ouço a noite imensa soluçar, eu ouço soluçar a noite escura..." .

O poema "O Fado" recebeu nada mais nada menos que uma melodia de fado , que ,  ao contrario da maioria deles, aqui  soa um tanto alegre , não sem enfatizar a agonia  descrita em seus versos " ... pra quem a vida foi uma agonia, minha doce canção dos deserdados, meu fado que alivia desgraçados, bendito sejas tu, ave-maria... "   

"Horas Rubras" tem nos violões e  no seu encontro com a gaita , associado com os versos perfeitos da poetisa , o ponto forte , caracterizando uma atmosfera interiorana, de amor intenso e profundo " ..... horas profundas, lentas e caladas , feitas de beijos sensuais e ardentes , de noites de volúpia, noites quentes..."

A melodia triste e dolente , volta no poema "Inconstância", onde o oboé, instrumento erudito de belíssima sonoridade , traça linhas harmônicas e melódicas com a voz e o baixo acústico tocado com arco , e deixa explicito o que era muito comum na vida da poetisa :  o dissabor em mais um relacionamento amoroso e a certeza de que seria sempre assim , " ... e esse amor que assim me vai fugindo , e igual a outro amor que vai surgindo, que há de partir também nem eu sei quando..."

"Os Versos que te Fiz", outra triste melodia , ponteada pelo violão de aço e arranjo de flautas harmonioso e belo , vem aqui transbordar o amor nunca concretizado da poetisa, mas não menos grandioso e intenso , " .... e nesse beijo amor que eu não te dei, guardo os versos mais lindos que te fiz... "

Mais uma vez o baixo acústico tocado em arco , também instrumento erudito que transmite toda a melancolia necessária para unir os versos de Florbela com o canto e o trabalho do compositor, aparece novamente em "A Flor do Sonho", somado ao violão de 12 cordas tocado por Marcos. Neste poema, a  tristeza  está manifestada de forma clara , e o amor não correspondido leva a autora a sua anulação em prol do mesmo ... " oh! flor que em mim nasceste sem abrolhos, que tem que sejam tristes os meus olhos, se eles são tristes pelo amor de ti ... voou ao longe a asa de minha alma e nunca mais eu me entendi...

"Maria das Quimeras" , poema escrito por Florbela aos 8 anos de idade, mostra o quão sonhadora  ela já era desde criança, e ao mesmo tempo deixa evidente suas decepções, dores, tristezas, melancolias, e a transformação deste ideal de sonhos em profundas amarguras ao longo de sua vida. A poetisa aqui se intitula a própria Maria das Quimeras, " .... Maria das Quimeras , que fim deste as flores de ouro e azul que a sol bordaste..... pelo mundo , na vida, o que é que esperas, aonde estão os beijos que sonhaste, Maria das Quimeras sem quimeras... " . Aqui , somente o violão de Marcos tocado de forma seresteira , com arranjo e melodia triste que caracterizam as serestas.

"Caravelas" , poema que mostra a dimensão exata das desilusões da poetisa , "... Cheguei ao meio da vida já cansada, de tanto caminhar já me perdi..."  e de sua assumida incapacidade de ser feliz " ... se eu sempre fui assim esse mar morto, mar sem mares, sem vagas e sem porto... " , tem em seu arranjo as melodias tristes da flauta e do bandolim , e os violões conferem um caráter dramático em determinados trechos dos versos de Florbela , ".... em trágica loucura as destruí por minhas próprias mãos de malfadada ..."

"Se tu Viesses Ver-me" mostra entre outras coisas a genialidade da poetisa em criar versos ímpares  " ..... Se tu viesses ver-me hoje a tardinha, a essas horas dos mágicos cansaços, quando a noite de manso se avizinha, e me prendesses toda nos seus braços..." , retrata aqui o amor ideal , imaginado e desejado por ela, não sem uma ponta de saudosismo , " .... quando me lembra esse sabor que tinha a sua boca... os teus abraços, os teus beijos, a tua mão na minha... ". Violões , gaita , baixo e condução em vassourinha conferem um caráter menos melancólico  ao amor , como ela sempre sonhou mas nunca conseguiu traduzir para sua realidade.

"Errante", com seu arranjo de quarteto de cordas e violão de aço, soa medieval e inquieto devido as melodias e frases dos violinos, violas, violoncelos e baixo acústico , transcendendo ao clima sombrio e gótico dos corredores dos castelos da idade média. Observa-se mais uma vez toda a melancolia da poetisa..... " eu tecerei uns sonhos irreais, como essa mãe que viu partir o filho, como esse filho que não voltou mais...."

Inquieta e surpreendente também é a faixa "De Joelhos" ,  caracterizada pelo mesmo quarteto de cordas e o violão de Marcos melancólico e até certo ponto dramático, como toda a faixa intimamente ligada a sua melodia, talvez o ponto alto do compositor aqui. Extremamente forte e tocante,  este soneto tem poesia esmagadora , " Bendita seja a mãe que te gerou, bendito o leite que te fez crescer, bendito o berço aonde te embalou a tua ama pra te adormecer........... bendita seja a lua que inundou de luz a terra só pra te ver.... e finaliza com mais uma frustração amorosa , " .... e se mais que eu, um dia te quiser alguém, bendita seja, essa mulher...."

"Poetas" tem no seu arranjo seu ponto forte. Poesia irretocável, num casamento perfeito com a instrumentação. A  viola da gamba, instrumento renascentista pouco comum e até certo ponto desconhecido da grande maioria, em linhas melódicas de profunda tristeza e melancolia  respondendo aos acordes e frases do violão de Marcos, conferem a beleza da canção, somados aos versos imortais , " Ai as almas dos poetas, não as entende ninguem, são almas de violetas, que são poetas também..... só quem embala no peito, dores amargas e secretas, é que em noites de luar, pode entender os poetas, e eu que arrasto amarguras, que nunca arrastou ninguem , tenho alma pra sentir a dos poetas também"

Outra faixa de íntima relação poesia/melodia, é "Só", aqui cantada à capela , sem instrumentação, numa alusão ao título do soneto e como na maioria de sua vida a poetisa se sentiu. Aqui, a figura central é a lua, " Eu tenho pena da lua, tanta pena coitadinha...... só a triste coitadinha, tão trista na minha rua, lá, anda a chorar sozinha, eu chego então à janela e fico a chorar com a lua, e fico a chorar com ela...."

"Amar", um dos sonetos mais conhecidos da poetisa, fala do sentimento maior, a quele que Florbela sempre sonhou mas nunca alcançou em vida, da felicidade plena...." Eu quero amar, amar perdidamente..... há uma primavera em cada vida, é preciso cantá-la assim florida......" .  Única faixa com bateria, de caráter melodioso, com violões de 12 cordas tocados por Marcos, órgão Hammond, baixo elétrico, tem em seu refrão a exaltação do amor , "... e se um dia, hei de ser pó, cinza e nada, que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder, pra me encontrar"

"Desejos Vãos" está notadamente implícito tudo que a poetisa queria , o que almejava , imaginava e sonhava, e que rapidamente era desfeito em sua vida. Versos como " Eu queria ser o mar de altivo porte, que ri e canta a vastidão imensa, eu queria ser a pedra que não pensa, a pedra do caminho rude e forte...... eu queria ser a árvore tosca e densa, que ri do mundo vão, e até da morte......mas o mar também chora de tristeza, a árvores também...... e as pedras, estas, pisa-as toda gente" dão a real noção de que nada poderia trazer a satisfação que a poetisa imaginava encontrar. Arranjo ponteado pelo violoncelo e , mais uma vez, pela melodia triste e melancólica do oboé, somados ao violão de aço e baixo acústico.

Em mais uma fado, "Mentiras" mostra o quanto Florbela era infeliz em seus casamentos, mas aqui de forma irônica e consciente, " Tu julgas que não sei que tu mentes, quando teu doce olhar pousa no meu, pois julgas que não sei o que tu sentes...... embora mintas bem não te acredito, passa nos teus olhos desleais, o gelo do teu peito de granito, mas finjo-me enganada meu encanto, que um engano feliz vale bem mais, que um desengano que nos custa tanto". Clarinete, violão e bandolins conferem o caráter do fado. Destaque para a conversa entre o clarinete e os bandolins.

"Vozes do Mar", ressalta a grandiosidade do mesmo e o que ele ensina aos olhos da poetisa, onde cita também o seu querido Portugal e Camões, " Quando o sol vai caindo sobre as águas, num nervoso delírio de ouro intenso, de onde vem essa voz cheia de mágoas com que falas à terra, oh mar imenso..... de onde vem essa voz oh mar amigo, talvez a voz do Portugal antigo, chamando por Camões numa saudade...." . Aqui , a leveza caracterizada pelo violão de aço, somado ao clarinete, irretocável mais uma vez,  pela percussão e curiosamente o ponto alto que é o banjo , num especial no meio da canção onde dois deles conversam entre si.

Atualizado em ( 25-Nov-2010 )
 
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