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26.Abr 2024
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“O Alienista” ou a paródia do totalitarismo PDF Imprimir E-mail
Escrito por J. Dantas de Oliveira   
26-Jan-2011

machado_de_assis11.jpgDentre os contos de Machado de Assis, O Alienista ocupa lugar importantíssimo. A genialidade do autor de Dom Casmurro se manifesta nele de modo gritante; a narrativa pode ser encarada como uma mordaz e humorística paródia do totalitarismo político, tendo há algum tempo servido de base para uma mini-série da Rede Globo, aliás muito bem produzida.

Os fatos contados têm por cenário a interiorana cidade de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O alienista do título é o médico Simão Bacamarte. Alienistas era como se chamavam mais freqüentemente, na época, os médicos que cuidavam de alienados ou doentes mentais, dos loucos de todo o gênero, na expressão imprecisa e infeliz do Código Civil de 1916.

Pois bem. Bacamarte, no seu afã de "curar" da insanidade as pessoas de Itaguaí que precisassem de seus préstimos, começa por fundar um hospício, no qual seriam tratados e eventualmente internados, por ele e seus auxiliares, os que precisassem de terapêutica na área da saúde mental.

O problema é que Simão Bacamarte era bastante cioso de sua aptidão no trabalho, e procurava desempenhá-lo com muito rigor. Assim, a qualquer sinal apresentado por alguém, que ele interpretasse como sintoma de loucura, Bacamarte imediatamente mandava conduzir o infeliz para o seu Manicômio, onde a maioria era logo internada para o devido tratamento.

Assim, iniciando por internar pessoas anônimas e humildes da localidade, Bacamarte logo passou aos indivíduos ilustres: o coletor de impostos, o chefe dos Correios, o farmacêutico...O terror então tomou conta de Itaguaí, pois nenhum cidadão estava livre das honradas suspeitas de Simão Bacamarte. Qualquer um poderia, na calada da noite, ser detido em sua residência e levado para o Manicômio; se necessário, numa camisa-de-força...

Ficou a cidade em polvorosa, e o Manicômio logo se viu lotado de internos. Bacamarte dava sempre a última palavra a respeito da saúde mental dos suspeitos, fazendo o diagnóstico preciso da insanidade que acometia a desditosa vítima: paranóia delirante, loucura precoce, esquizofrenia galopante... Seu poder se tornou praticamente absoluto, e ele o exercia com o prazer dos profissionais competentes e dignos. E chegou a tal ponto, em sua sofreguidão de "curar" os portadores de loucura, que em certo momento suspeitou de si mesmo: achando-se tomado por uma demência de grau médio, internou-se ele próprio no Manicômio, para mansamente se submeter aos cuidados de seu zelo profissional e do de seus acólitos mais próximos.

O Alienista é um dos contos mais geniais e bem urdidos do grande Machado de Assis. O microcosmo de Itaguaí na verdade reflete, de forma caricatural e grotesca, os próprios contornos de uma ditadura totalitária, em que o poder desmesurado de uma minoria ou de um só homem transforma-se na diretriz e no paradigma para o destino de toda uma coletividade.

J. Dantas de Oliveira é advogado em São Carlos.

 
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