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Onda Latina

quarta
17.Abr 2024
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Cinema boliviano e as tangências com o cinema brasileiro PDF Imprimir E-mail
Escrito por Luiz Carlos Lucena   
10-Dez-2012
zona-sur_-_divulgacao.jpgAcontece a partir dessa terça, 11, no cine Olido, a 1º Semana de Cinema Boliviano de São Paulo. Uma oportunidade para conhecer a produção interessante e diferenciada dos nossos vizinhos

Talvez seja a primeira vez que uma mostra representativa do cinema boliviano vem ao Brasil. E a programação reúne obras fundamentais na história do cinema boliviano, como por exemplo o filme recente mais renomado do cinema boliviano, Zona Sur (foto), última obra do cineasta Juan Carlos Valdivia, vencedor em inúmeros festivais, e merecedor dos prêmios de melhor direção e roteiro no Festival de Sundance de 2010, e o último filme realizado com direção de Jorge Sanjinés, o cineasta boliviano mais reconhecido estudado internacionalmente, cujo filme Insurgentes, finalizado em 2012 tem sua estreia no Brasil realizado na abertura do evento, dia 11 às 19h. Épico de forte cunho político, este filme curioso reconstrói os principais momentos das lutas políticas travadas pelos povos originários do país, desde a colonização até a eleição de Evo Morales, representativa de muitas mudanças no país, também debatidas em Zona Sur. Outros títulos representativos do cinema recentemente produzido no país e significativos em termos de público e crítica complementam a programação.

O cinema da Bolívia está intimamente ligado às raízes culturais desse país de 60% de índios, detentores de uma rica tradição cultural, e 40% do que eles chamam "ocidentais".

Os mais importantes filmes da produção boliviana mantêm uma relação estreita em sua temática e nas imagens que colocam na tela com a realidade social e cultural do país vivida pelos indígenas. Nesse aspecto, o cinema boliviano, principalmente o documentário, tem tangência muito forte com a produção brasileira em um primeiro momento (anos 60/70), com o trabalho do cineasta Jorge Sanjines, considerado o formulador da linha que conduz essa arte naquele país e formador do cinema latino-americano junto com o brasileiro Glauber Rocha, Fernando Birri, da Argentina e Tomas Gutierrez Alea, de Cuba.

Um mesmo surto de criatividade tomou conta de realizadores brasileiros, argentinos, bolivianos, cubanos e chilenos, naquele que foi chamado de nuevo cine. Produções com criatividade e forte engajamento político, que influenciaram cineastas fundamentais da Europa, como Godard, Bertolucci e Win Wenders, e norteamericanos, como Coppola e Scorcese. Este último, inclusive, adquiriu os direitos para recuperação e produção de cópias especiais em 35mm da trilogia Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha, e afirmou que O Dragão da Maldade "é o filme que vivo revendo e continuo mostrando às pessoas".

Cinema de debate

O cinema desse período alimenta a teoria e o debate no Brasil e na Bolívia e em quase todos os países de terceiro mundo. O manifesto do Cinema Novo vem de Glauber Rocha, com "Estética da Fome". Sanjines divulga na Bolívia o "Cinema junto ao Povo", ao que depois vai acrescentar como teoria e prática o "Plano seqüência integral". No Brasil, cresce um cinema de forte conteúdo alegórico, mas também uma produção voltada ao documentário com raízes populares (Aruanda, Arraial do Cabo, Viramundo). Na Bolívia quase todo o cinema toma a veia documental como linguagem, numa tentativa de refletir e se aproximar da realidade do povo.

As produções latino-americanas desse período tomam como temática principal as contingências e problemas que a América Latina então vivia. Os problemas sociais, políticos, culturais e históricos dão vigor à produção cinematográfica no continente. No cinema, tomam de empréstimo as experiências européias do neo-realismo italiano e da nouvelle vague francesa. A inquietação intelectual gera manifestações originais, um cinema de autor. Os cineastas são os próprios teóricos do cinema.

A produção de cinema do Brasil ganhou outros caminhos naquele que é chamado o Cinema da Retomada, que surge em 1995 com Carlota Joaquina, de Carla Camurati, fruto dos incentivos fiscais reabertos pelo governo e que alimentam a produção e esse ciclo até hoje. Na Bolívia o cinema é de guerrilha, não existem programas de incentivo, tanto que o crítico de cinema e diretor da cinemateca boliviana, Pedro Suzs, reclama que essa falta de incentivo estatal e a produção subsidiada por organizações não governamentais trouxe uma perda de rumo ao documentário boliviano. Diz ele: Un documental como Vuelve Sebastiana, de Jorge Ruiz, que fue un documental auspiciado, sigue siendo todavía un modelo de rigor narrativo y de rigor ético también, que es algo que les ha faltado a muchos documentales, que sin duda alguna inspira a las nuevas generaciones. Pero ese mismo rigor no ha sido una constante en muchísimos documentales financiados por organizaciones no gubernamentales que, en realidad, utilizaban el género más como una justificación para el informe de fin de año que como un aporte verdadero al conocimiento más profundo de la realidad y de cuestionamiento a los rasgos más discutibles de esa misma realidad. Y eso hizo que en los últimos años el documental perdiera el rumbo.

Outro aspecto importante que reflete nas diferenças de linguagem e na temática das produções abordadas nos dois países é a presença da TV e sua influência direta, principalmente no cinema brasileiro de bilheteria, produzido pela rede Globo.

Essa semana vai tornar possível o contato com a produção de Jorge Sanjines e seu cinema de forte impacto e influente até hoje na Bolívia. Sanjines, de forma bastante particular, com seu trabalho à frente do grupo Ukamau, realiza um cinema político voltado para o povo majoritariamente indígena. Seu cinema é comprometido com a realidade social e cultural boliviana, desde que realizou em 1962 o curta metragem Revolución, com o grupo que nascia ainda com outro nome: Kollasuyu, nome indígena de uma parte do império inca, correspondente à Bolívia.

Sua produção tem uma simbologia própria, voltada para o homem em comunidade, o espaço e a paisagem. "Na vida do homem andino, a paisagem é um personagem", afirma. Para isso Sanjines utiliza elementos da realidade, às vezes os próprios protagonistas do fato para reconstruí-lo (como em El Enemigo Principal e El Coraje del Pueblo). A estética fortemente comprometida com a produção simbólica da cultura indígena; a visão do personagem não como indivíduo único, mas como personagem coletivo.

Vale a pena conhecer os novos diretores e descobrir no país vizinho essas novidades. Um alimento para a alma de qualquer cinéfilo.

Luiz Carlos Lucena é jornalista, professor universitário e autor dos livros Nem tudo é verdade (Ativa) e Como fazer documentários - Conceito, linguagem e prática de produção (Summus).

Atualizado em ( 10-Dez-2012 )
 
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