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Onda Latina

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Escrito por Jamil Alves   
17-Dez-2014
porta_azul.jpgViradas algumas páginas já rotas do álbum, a foto da porta azul: cansei de ser oprimido. Falta pouco! Quero coerência e coesão. Chega de crase! Os protestos e anseios escritos a giz marcavam a ansiedade daqueles jovens que estavam prestes a terminar seu curso universitário.

Era 2008. Um tempo bom. E eu via naqueles meninos uma ponta de esperança. Era bom estar com eles. Os debates em aula eram instigantes, embora nem todos participassem. E eu tomava cuidado para não encher a cabeça de ninguém com delírios pedagógicos de dizer que a teoria A, B ou C poderia resolver os problemas que eles teriam no futuro caso trilhassem o caminho da docência.

No entorno das memórias daquele tempo não tão distante, fatos curiosos e desconexos: Felipe Massa quase ganhou o campeonato de Fórmula 1. Seria o primeiro brasileiro a ter o título mundial dessa categoria do automobilismo depois de Ayrton Senna. Na TV, Flora fazia suas maldades contra Donatella. Quem seria a favorita do público? Madonna saltava e rebolava no Morumbi naquele dezembro quente e chuvoso. Parece que foi ontem, mas já faz alguns anos.

Fui vendo as fotos do álbum e começou a soar um "This used to be my playground" dentro de mim. Foi especial, era uma equipe muito especial, com ainda mais beleza e poesia que a do famoso filme.

Pude ver de novo a porta azul. Claro que eu sabia que as portas da universidade eram azuis, como ainda hoje devem ser. Mas, daquela porta fazendo as vezes de lousa, eu não me lembrava. No entanto, tudo voltou muito claro e vivo na memória. A porta era apagada diariamente, e outras coisas eram escritas. Cada vez em que eu entrava na sala, gastava alguns minutos lendo as promessas, os desejos e os gracejos que iam sendo registrados.

Mais algumas fotos e os rostos foram aparecendo. Alguns muito vívidos na lembrança. Outros, nem tanto. Na verdade, todos os rostos estavam lá. O que sumiu foram alguns nomes.

Numa das fotos, só os meninos, que eram poucos. Damásio, compenetrado, excelente aluno. Nivaldo, olhar irrequieto. Eu só viria a conhecê-lo mesmo depois que ele me contou sua vida para o meu livro-reportagem. Claudio, vegetariano. Havia deixado o curso e retornado depois. Encontramo-nos nas duas vezes.

Certa vez, eu e Cláudio ficamos conversando sobre como os puns das vacas são nocivos ao planeta. Ele me explicava com empenho os benefícios de uma vida vegetariana, e eu o escutava com atenção, pois até hoje me pergunto por que eu e todo mundo comemos tanta carne? Afinal, uma carne no prato não é mais que um cadáver ou parte dele.

Na mesma foto, Fábio já tinha o que poderia ser o esboço de uma barba à Wolverine. Em algumas ocasiões, ele me contava como era demorada a volta para a casa, na Ilha do Bororé - que na verdade é uma península. Falava-me com ânimo do ônibus, da travessia de balsa, do voltar à faculdade no dia seguinte. Esta cidade insana é mesmo cheia de confins e arrabaldes.

Quantas meninas lindas! Quantos olhares doces! 5 provas. E agora, José? Tá chegando! A porta azul, sempre rabiscada, tinha certa magia. Não vou faltar. Não vou matar aula nem beber no Extra. Prometo ler todas as apostilas.

Juliana, sempre interessada, prestava atenção às coisas com olhar doce. Tinha planos de se mudar para o Rio Grande do Norte quando se formasse, mas parece que desistiu da ideia. Marlene (Marlene?) era uma aluna peruana, muito orgulhosa de sua origem. Sua família veio de um país que eu conheci e pelo qual acabei me apaixonando alguns anos mais tarde.

Fernandinha Matos, aplicada nas aulas de espanhol, às voltas ora com os "verbos de cambio", ora com "La increíble y triste historia de la cándida Eréndira y su abuela desalmada". Acho que a contaminei, no bom sentido, com meu gosto por García Márquez. Sobravam preocupações e inquietudes; contudo o sorriso nos lábios esteve sempre presente.

Tantos rostinhos bonitos, tantas esperanças naqueles olhares, muitos nomes que se apagaram da minha lembrança. Mas me lembro da Telma meio mal-humorada por conta dos estágios. Seu mau humor chegava a ser engraçado. Não pesava nem incomodava. Divertia.

Perdida no álbum, uma foto interessante. Os alunos com a tia da limpeza. Era uma mulher simpática, agraciada com a doçura dos humildes, figura quase anônima escondida sob o uniforme azul roial. Como nunca soubemos seu nome, acabou virando "tia", a tia da limpeza.

A Lu Carvalho é que ficou comportada na foto. Uma roupa preta e tão longa acabou escondendo todas as suas tatuagens. Mas o sorrisinho maroto deixa transparecer a mente inquieta e o espírito livre. Não tivemos muitas conversas, mas foram ótimas as poucas que houve.

Na foto principal, cereja do bolo, vejo o professor Émerson, com quem tive agradáveis conversas. Katia Bastos, minha eterna "xefa". Há alguns anos, venho grafando com "x" em vez de "ch", sempre e somente quando me refiro a Katia. Talvez seja uma forma de lhe conferir certo quê de exclusividade. Afinal, nunca mais encontrei alguém que conseguisse reunir e combinar tão bem capacidade de liderança e doçura.

Sinto falta do meu computador velho e lento, que era praticamente uma máquina de escrever metida a besta. Das meninas que trabalhavam na coordenação do curso de Enfermagem, na mesa ao lado, sempre com um docinho ou balinha para oferecer. Da Denise, professora de espanhol; da Zoraide, que dava Literatura Portuguesa. Da Simone de Almeida, amiga de divertidos cafés.

Saudades da porta azul: Língua portuguesa, nós te amamos! Todos com um só pensamento: está acabando! E acaba mesmo. Sobra bem pouco além do que vemos no guardião das nossas memórias, o álbum de fotografias.

Atualizado em ( 17-Dez-2014 )
 
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