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Onda Latina

sexta
26.Abr 2024
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E viva o pecado! PDF Imprimir E-mail
Escrito por Jamil Alves   
21-Jan-2015
figura_imaginria_-_duas_faces.jpgCom o elevador do prédio enguiçado novamente, o aquecimento para os exercícios físicos já começou na descida dos nove andares pela escadaria. Lá pelo quarto andar, a panturrilha direita já parecia reclamar. A determinação de ano novo de ter uma vida menos sedentária já começou com o elevador me pregando uma peça.

A recorrente decisão de fazer alguma atividade física é algo positivo, não há o que se discutir. Mas, na verdade, o que existe mesmo, de fato, é certa neurose que vira e mexe ressurge com força e nos força a tomar uma atitude. Resolvi recomeçar outra vez e novamente uma vez mais minhas atividades físicas fazendo esteira e nadando. Na verdade, me mexendo na piscina; nadar mesmo, não sei.

Outro dia li em algum lugar que os quarenta anos representam a idade do lobo. Torço para ser um lobo com certo vigor para conseguir dar alguns uivos. Se não com algum vigor, ao menos com um pouco de bem-estar que me permita agachar para amarrar os sapatos sem dizer ai nem ser impedido pela barriga.

Chego à academia do prédio, iluminação bonita, ambiente arejado, TV, rádio, bebedouro. Esses três últimos itens me chamam muito mais a atenção que todos os outros, uma parafernália de aparelhos com nomes praticamente impronunciáveis e sem lógica para mim. Então, me distraio por alguns momentos com um noticiário vespertino e sanguinolento na TV, mas tenho mesmo é de encarar a esteira.

Nos primeiros cinco minutos, a sensação foi a de ter começado muito bem. E nesse momento, passados os cinco primeiros minutos, entrou um rapaz aparentando uns trinta anos, moreno, nariz adunco, cabelo bem curto e preto, e se instalou na esteira ao lado da minha. Na lógica do quase anonimato dos condomínios paulistanos, era apenas mais um vizinho desconhecido entre tantos outros cujas caras não me dizem nada.

Pela velocidade com que correu na gerigonça desembestada, ele certamente queimou mais calorias em cinco minutos que eu em meia hora. Isso me fez pensar que eu não tinha começado tão bem assim; mas, tudo bem: cada um tem seu ritmo.

Para tornar a situação ainda mais curiosa, logo depois entrou um menino de uns dez anos de idade, chamando o rapaz do nariz adunco de tio. E não parecia ser apenas forma de tratamento, eram tio e sobrinho de verdade. O garoto parecia bem simpático, era parecido fisicamente com o tio e pediu a ele orientações sobre como se iniciar na arte de andar feito rato de laboratório na esteira.

O menino foi tão desenvolto em sua estreia na arte de andar sem sair do lugar que eu comecei a pensar se não era melhor eu voltar outra hora. Caramba, será que é só para mim que o exercício é pesado e o tempo do cronômetro parece andar para trás?

O bom da situação é que o garotinho fazia o tio falar toda hora, e, mesmo sendo paulistano também, não pude deixar de achar engraçadíssimo o jeito de falar do rapaz, que colocava paulistanamente "is" onde não existiam: "Einzo", sai da "freinte" da porta por causa do "veinto". E vê se não corre muito na esteira porque você ainda não tem idade nem "entendimeinto".

Procurei não dar bandeira de que estava prestando atenção à conversa e creio que fui bem sucedido no meu intento. A graça que eles me causaram me divertiu e me fez parar de prestar atenção ao cronômetro demoníaco da esteira por cerca de dez minutos. Quando dei por mim, já estava quase acabando a tortura. Quero dizer, o exercício.

Na volta para o apartamento, meu bunker particular mas não subterrâneo, fui agraciado pelos deuses com a sorte de pegar o elevador funcionando novamente. Giro a chave, empurro suavemente a porta e sinto um vento agradável no rosto, que vinha da varanda aberta. Fico por um instante na sala pensando em não acordar dolorido no dia seguinte. Se a panturrilha doer, amanhã não volto para a esteira!

Sei que falta de persistência não é virtude; porém, penso também que virtude e pecado são irmãos que andam sempre juntos. Por hora, eu já cumpri a primeira parte, minha virtuosa quota de exercício. Amor, vamos jantar lasanha hoje? Liga pro restaurante que eu recebo a entrega lá embaixo! E viva o pecado!

Ilustração de Fernando Valverde.

Atualizado em ( 21-Jan-2015 )
 
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