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Onda Latina

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26.Abr 2024
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Pátria educadora PDF Imprimir E-mail
Escrito por Jamil Alves   
04-Mar-2015
iscola_-_franklin_valverde.jpg"Brasil, pátria educadora" é uma das frases mais equivocadas de que já se teve notícia neste país. Com a educação do jeito que está, parece até que alguém escolheu esse slogan porque resolveu fazer mais uma piada de mau gosto com nosso país e nossas instituições.

Se o Brasil tivesse realmente o interesse de ser uma pátria educadora, começaria por valorizar os professores. E isso significa pagar a eles um salário que lhes permita viver com conforto, pois, de brisa, ninguém vive. Ainda que o magistério fosse como um sacerdócio, coisa que já ouvi muito e em que não acredito, os sacerdotes também comem, bebem, vestem e habitam. Portanto, o primeiro ponto a atacar seria o salário. Quem sabe, assim, os professores poderiam abandonar as jornadas extenuantes a que precisam submeter-se.

Se o Brasil fosse realmente uma pátria educadora, os cursos de licenciatura, aqueles que se dedicam a formar professores, estariam "bombando" nas universidades, mas isso não acontece. A procura de cursos na universidade reflete o quão atrativa é uma carreira, e os cursos de licenciatura, como Letras, Matemática, Pedagogia, História, Geografia e tantos outros são quase sempre os menos procurados (sem mencionar que, em alguns casos, não existe procura nenhuma).

Numa pátria educadora, não seria permitido que os cursos de licenciatura durassem apenas três míseros anos. Nesses cursos, quando se chega ao final do terceiro ano, surge uma sensação de "agora que estava ficando bom, acabou".

Nosso país não valoriza a cultura nem o saber. Valorizamos o dinheiro, os peitos e as bundas, exaltamos o ter no lugar do ser. No imaginário coletivo, as carreiras de licenciatura não dão dinheiro. Logo, são pouco procuradas. Logo, os cursos são mais curtos para tentarem ser mais atraentes ao público. Logo, a formação é deficiente. E, já no exercício da sagrada profissão, fica difícil sanar por si mesmo alguma deficiência que o curso universitário não tenha sanado, porque se ganha pouco e as jornadas de trabalho são extensas. Sobra pouco ou nenhum tempo para especialização, lazer, leitura e todo tipo de formação cultural mais ampla. Logo, voltando à sequência de conclusões, é com esses profissionais que nossos filhos terão aulas.

No outro fiel da balança, o procuradíssimo curso de Direito dura cinco anos. E eu me pergunto o que será que isso significa e como isso se reflete socialmente? Acho a explicação, de certa forma, até simples.

Em nosso país, abunda a corrupção. E não falemos só de grandes desfalques, Mensalões e Petrolões: refiramo-nos também aos deslizes corriqueiros, como furar uma fila ou deixar de avisar à moça do caixa que nos deu dez reais a mais de troco, que, de tão arraigados em nossa cultura, nem são vistos como atos desonestos. Assim, são necessários mediadores para tentar pôr um pouco de ordem nesta bagunça toda.

Por mediadores, entenda-se "advogados" que, além de imprescindíveis numa sociedade corrupta e desonesta como esta, brasileira legítima, também são ajudados pelas leis: obsoletas, dúbias, mal redigidas, lenientes e cheias de atenuantes. De que me adianta saber que o meliante que bateu a minha carteira tem residência fixa? De que me vale que o assassino de um ente querido tenha tido sua pena reduzida por bom comportamento na prisão? Não é obrigação dos reclusos portarem-se bem? Não é para isso que estão lá? Não é por terem-se portado mal que foram presos quando viviam em sociedade?

A proliferação relativamente recente dos cursos de Direito no Brasil não é um fenômeno incompreensível. Reflete o aumento da criminalidade. Com mais crimes e desrespeito às leis em todos os âmbitos da vida civil, mais vítimas. Com mais vítimas, mais pessoas precisando de defesa e, assim, mais defensores se fazem necessários.

A abundância na oferta e na procura por cursos de Direito é também um fenômeno histórico. Há tanto escândalo que eles ganham até nomes e são "novelizados" pela imprensa: Escândalo da Mandioca, Anões do Orçamento (esquema de fraudes encabeçado pelo deputado João Alves - xará de meu pai, para meu desgosto), Mensalão, Escândalo da Petrobrás, Lava-jato, fraudes no metrô de São Paulo, suspeitas recentes na imprensa de que haja algo errado com o BNDES...

Todos os famosos episódios parecem ter nomes de telenovelas. Quem sabe, na ficção, até rendessem boas histórias... Já pensou se os governantes fossem mais realistas e criassem um slogan como "Brasil, pátria prevaricadora"? Seria drama, filme de gângster ou comédia pastelão?

E só não há mais advogados na praça porque a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, é um órgão muito atuante e sua temida prova serve de peneira para não deixar tornar-se profissional aquele que não está preparado para sê-lo. Se outras profissões tivessem órgãos tão atuantes, quiçá tivéssemos profissionais bem melhores trabalhando em todas as áreas.

Quando criança, sempre que ouvia dizer que alguém foi preso por lavagem de dinheiro, eu concordava com a prisão. Afinal, quem lava dinheiro está estragando uma letra nacional, algo valioso, caro para a nação. Eu pensava que quem lavava dinheiro o fazia deliberadamente, e que lavar dinheiro era colocar cédulas de papel em contato com a água. Deixar de ser criança e crescer é muito duro. Mais duro ainda é descobrir que estamos errados em nossa inocência e que o Brasil não é para os inocentes...

 
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