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Onda Latina

sexta
26.Abr 2024
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Inveja, uma velha malandra PDF Imprimir E-mail
Escrito por Jamil Alves   
28-Abr-2015
inveja-_franklin_valverde.jpgAndei à deriva, girei em redemoinhos. Perdi-me por falta de um timoneiro firme e experiente. Inclinei-me com certa violência de um lado para o outro. Fiquei aturdido e ansioso, sem entender absolutamente nada. Fui sacudido por um mar revolto e de águas turvas. Depois senti uma calmaria, que, mesmo sendo calmaria, não me trouxe paz.

Aquela imagem tão familiar, com rosto de traços rudes, cabelo e barba levemente grisalhos, aparecia com intensidade em alguns momentos e se desvanecia com rapidez e pesar. Eu lhe fazia indagações quanto a algumas atitudes, era uma pessoa a quem estimei muito na adolescência. Foi então que me dei conta de que estava visitando o mundo onírico, guardado por Morfeu, um dos mil filhos do deus do sono Hipno.

Na mitologia grega, Hipno, cujo nome dá origem ao termo "hipnose", é considerado o deus do sono. Dotado de grandes asas como as de seu pai, a Morfeu atribui-se a capacidade de transportar-se em poucos instantes e de forma silenciosa a qualquer lugar da Terra, apresentando-se com feições humanas àqueles que adormecem. É por isso que quando alguém diz "caí nos braços de Morfeu" significa que teve um sono bom, reparador.

Passei então a ver uma televisão desligada e uma janela entreaberta da qual vinha uma brisa fresca e outonal. Vi também arbustos, flores e um mar ensolarado ao fundo. Apercebi-me de que havia acordado em definitivo, olhando para o papel de parede de meu quarto, porém ainda atordoado pelas sensações difusas e desconexas do sonho.

Os sonhos têm papel fundamental em minha vida, desde criança. Alguns vêm em forma de aviso, como no caso dos sonhos que tive rotineiramente algumas dezenas de meses antes de meu pai adoecer gravemente e falecer. Outros são inspiradores: já acordei no meio da noite, com sudorese intensa às vezes, desesperado à procura de uma caneta ou de um celular para fazer anotações sobre a dissertação do mestrado, a apresentação de trabalho do dia seguinte ou a respeito da reportagem da semana que vem.

Também têm papel importante para mim os sonhos que eu chamo de conclusivos, que são os que me ajudam a elucidar certos acontecimentos cuja explicação não encontro acordado, à luz da razão do consciente. O mar revolto de águas turvas era o pano de fundo de um sonho desse tipo.

Na vida real, a figura do sonho representa alguém com quem já dividi projetos e inquietudes, com longos cafés e risadas rasgadas. Era assim enquanto eu falava de minhas fragilidades, problemas e inseguranças. No entanto, conforme cresci, com casa nova, livro lançado, casamento e filho, a situação transformou-se, e então as risadas rasgadas viraram conselhos vazios e com tom de crítica, que chegavam frequentemente a contradizer todo o blablablá filosófico com o qual me deixei bombardear durante anos (chamo de blablablá tudo aquilo que é dito sem ser posto, de fato, em prática. Não me refiro, em absoluto, a qualquer corrente da Filosofia em específico).

Lidar com pessoas e situações que não consigo compreender de primeira sempre reacendem em mim a vontade de estudar Psicologia. Apesar de três graduações, duas especializações e mestrado, creio que sou um estudioso compulsivo, e a Psicologia, a Economia e a Arquitetura ainda estão na minha lista de cursos que eu faria (ou farei!).

Tentei buscar na Psicologia as respostas de que precisava. Comecei a ler a respeito de distúrbios de comportamento, psicopatia, sociopatia. A literatura é confusa em muitos casos; afinal, nada mais complexo e indecifrável que a mente humana. Descartei de cara a psicopatia, uma vez que esta pressupõe, segundo minhas pesquisas, comportamento impulsivo e violento. A sociopatia foi descartada em seguida, porque descobri com leituras que, embora o sociopata aparente normalidade em seus relacionamentos, tende a cometer crimes sofisticados e premeditados, do tipo que não deixa pistas.

Diante do esgotamento das possibilidades à luz da ciência, já que nenhum dos distúrbios que pesquisei, ainda que mais frequentes em homens, aplicavam-se a meu problema ou a meu sujeito de estudo, vi-me forçado a pensar em situações e contingências mais simples, comezinhas mesmo. Acabei chegando, a contragosto, a um dos pecados capitais: a inveja.

Do ponto de vista religioso, a inveja é considerada pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza a vida de outrem.Tem um desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa consegue e tem. O invejoso ignora tudo o que é e possui para cobiçar o que é do próximo.

Não gosto de externar minhas opiniões ou as sensações que tenho quando sinto que alguém, por algum motivo tolo qualquer, tem inveja de mim. Primeiro, assumir que alguém nos inveja pressupõe, ainda que involuntariamente, certa presunção, pois o invejado, supõe-se, é superior ao invejoso ou tem algo a mais que ele. E eu sou somente um jornalista idealista, mais um na multidão, apenas. Um pai corriqueiro e banal, que deseja legar um mundo melhor a seu filho. Em segundo lugar, não gosto de falar de inveja porque a considero algo mixo, assim como o invejoso também o é.

O palestrante William Sanches, amigo de longa data, certa vez me disse: "se você estiver numa árvore comendo pitanga e só você tiver conseguido subir nela, vão balançar a árvore para você cair. Portanto, coma a sua pitanga!". É isso aí, meu querido. Excelente conselho.

Quanto a mim, rogo por calmaria ao dormir; nada de águas revoltas nem rodopios em alto mar. Acordado, vejo que o telefone deixou de tocar como de costume. Notei os torpedos e os e-mails rareando, até que deixaram de chegar. Ah, a inveja, essa malandra...

Atualizado em ( 28-Abr-2015 )
 
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