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Onda Latina

sábado
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Hora da verdade – Rio 2016 PDF Imprimir E-mail
Escrito por Jamil Alves   
17-Ago-2016

a.jpgSete anos antes, em 2009, eu fui contra a ideia de o Rio de Janeiro sediar a Olimpíada e, sim, torci o nariz quando a candidatura do Rio finalmente desbancou a de Madri e foi a escolhida – e isso não quer dizer que me falte amor pelo Rio, patriotismo ou gosto pelo esporte; foi apenas o meu feeling me dizendo que o famoso jeitinho brasileiro de fazer tudo no improviso da última hora seria incompatível com as estritas regras do COI, o Comitê Olímpico Internacional – tudo isso agravado pelo espanhol com fonética carioca de Eduardo Paes, que me trouxe os calores e os rubores da vergonha alheia... Quem não estava em outra galáxia e acompanhou o mar de notícias temerárias a respeito da organização dos Jogos de 2016 vai me dar razão.

 

Em sete anos, o país mudou muito, e as melhores expectativas não se cumpriram. Ou, talvez, não tenha mudado o país, mas sim a forma como o percebíamos. Acostumados a sucessivas crises, no século XX vimos no Brasil a economia influenciando diretamente a política. A crise que vivemos agora nos impôs uma importante novidade, uma nova lógica: desta vez, foi a (lambança) política que influenciou a (nossa frágil e fechada) economia.

Os Jogos Olímpicos costumam trazer benefícios às cidades que os sediam. Barcelona é um caso emblemático. Muitos dizem que existia uma Barcelona antes de 1992 e outra pós-1992 – não posso opinar com propriedade quanto a Barcelona porque só conheço a cidade linda, vigorosa e pós-olímpica. Exemplo oposto é Atenas, que sediou os Jogos de 2004, e que agora tem na antiga vila olímpica e num aeroporto desativado dois grandes abrigos degradados para refugiados sírios e afegãos, tentativa do restante da Europa de virar as costas para esse importante e triste problema humanitário. Portanto, ser sede olímpica não implica, necessariamente, benefícios. Então, é questionável se o custo de fazer uma Olímpiada é de fato viável e se o legado é recompensador.

No caso do Rio, no entanto, ainda não consigo ver o antes e o depois, não sei se eles terão tanta diferença assim – se é que terão diferença e, em caso afirmativo, se será positiva. Única certeza é que sediar uma Olimpíada atrai todos os olhos do mundo para a cidade-sede e para o país. Ou seja, nossas qualidades estarão sendo vistas com lente de aumento, mas nossas mazelas, comumente “varridas para baixo do tapete”, também.

Em 2014, com a Copa do Mundo FIFA no Brasil, comecei a desconfiar ainda mais de que o “tal legado olímpico”, no caso do Rio de Janeiro e do Brasil, seria balela. Sim, porque também existe um suposto “legado da Copa”. No caso de São Paulo – para falar apenas da cidade-sede que conheço melhor – o legado foi pífio. Tirando a entrega do Itaquerão, que não melhora a vida do cidadão comum em nada, pouco ou quase nada foi feito na cidade. Extensões e novas linhas do sistema metroviário não só não ficaram prontas a tempo para a Copa como ainda não estão prontas hoje. Pior: já se fala em 2021, quando terá terminado a Copa, a Olimpíada, a década e, espero, a nossa passiva paciência.

Saindo do âmbito das atribuições do governo estadual, alguém se lembra do trem-bala? Não, não falo da eterna promessa do político Levy Fidélix. Falo do trem-bala que ligaria Campinas ao Rio de Janeiro, passando por São Paulo, prometido pelo governo federal, encabeçado pelo então presidente Luís Inácio, com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC (e, com o crescimento irrisório que se viu, impossível não aventar a possibilidade de que “corrupção” talvez seja a palavra certa para o cê da sigla).

A abertura dos Jogos do Rio, ainda que não tivesse sido linda, já teria valido pelo desfile da bela Gisele Bündchen sobre as linhas de Niemeyer. O escritor Ruy Castro, certa vez, definiu da melhor forma o que a modelo desperta em nós: “Nunca falei com Gisele ao telefone – nem sei como é sua voz – e sequer trocamos um e-mail. Estamos terrivelmente em falta um com o outro, embora ela não saiba disso e o prejuízo seja só meu”. No fim das contas, é isto: Gisele nos encanta porque é a moça que poderia estar deitada na toalha ao lado ou aquela garota que aguarda para comprar ingressos na fila do cinema, mas, ao mesmo tempo, é também a diva formidável cujos passos parecem marchar não na terra, mas no ar.

Sim, continuamos em meio a uma das maiores crises econômicas e políticas da nossa história, e as nossas desigualdades e mazelas sociais e educacionais continuam como sempre estiveram, agudas e muito presentes em nosso cotidiano. Mas o levantamento dessas questões não invalida nosso desejo e capacidade de celebrar o fato de sermos os anfitriões de uma festa mundial, na qual o esporte manda sua mensagem de união e paz. Todas essas contradições cabem, para o bem e para o mal, em nosso jeito de ser. E isso é parte de nossa potência, é o Brasil idiossincrático que surpreende o mundo.

 

Atualizado em ( 18-Ago-2016 )
 
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