A barbárie bate à nossa porta |
Escrito por Jamil Alves | |
14-Jun-2017 | |
Minha consciência – e provavelmente a da maioria dos meus amigos, colegas e leitores – já está pesada com a enxurrada de notícia ruim que invade o noticiário diariamente. Porém a mais recente desgraça, a do rapaz de São Bernardo do Campo (SP) que teve a testa tatuada à força com os dizeres “Eu sou ladrão e vacilão” desvela, para muito além do fato em si, uma faceta obscura e perversa do brasileiro “bom e cordial”. Suspeito de ter roubado uma bicicleta velha (e só suspeito, não comprovadamente culpado), o rapaz de São Bernardo, de 17 anos, foi submetido à tortura física e psicológica por um tatuador, Maycon, e seu vizinho, Ronildo. A tatuagem foi filmada com o celular de Maycon e, compartilhada no WhatsApp, viralizou rapidamente. Nas imagens, é possível constatar que o adolescente não reage às provocações do tatuador e nem do outro rapaz. Em certo momento, um deles diz: “Vai doer, vai doer”. Em outro momento, eles perguntam ao adolescente o que ele quer que lhe tatuem e forçam a resposta: “Ladrão”.
Nem vou falar do sadismo que a postagem de um vídeo como esse, pelos agressores, representa; prefiro ir parando por aqui. Saber quanto dói uma dor é tarefa difícil. Se for a dor do outro, então, nestes tempos tão duros que correm agora, quando nosso século de prognósticos apocalípticos é ainda um adolescente, melhor esquecer, a tarefa é impossível mesmo. |
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Atualizado em ( 14-Jun-2017 ) |
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