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19.Abr 2024
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Adeus, Marcia Cabrita PDF Imprimir E-mail
Escrito por Jamil Alves   
22-Nov-2017
shut_up_-_franklin_valverde.jpgFaz alguns dias, fiquei chocado com a morte tão precoce da talentosa Marcia Cabrita, atriz que ficou nacionalmente famosa com o humorístico Sai de Baixo, exibido nas noites de domingo pela Rede Globo de Televisão entre 1996 e 2002. Como não acompanho muito notícias sobre celebridades, eu nem sabia que ela estava doente.  

Curioso que sou, fui atrás de mais informações. A notícia do falecimento de Marcia me deixou realmente entristecido e, claro, me remeteu a um caso familiar: a morte de meu pai, quatro anos atrás, também pela mesma doença, “aquela doença”, como se dizia antigamente.

  Em minhas pesquisas, acabei encontrando um blog que Cabrita fez para falar, justamente, “daquela doença”. Surpreende o leitor o bom humor com que ela se expressa a respeito de um tema tão duro. A lucidez e propriedade das palavras também surpreendem, ao mesmo tempo em que chocam e comovem.  À medida que fui lendo o blog, relembrei e revivi situações da doença e do tratamento de meu pai. Ao contrário do que muita gente fantasia, não se tira de letra receber um diagnóstico de câncer (ops, câncer, não: “aquela doença”). Quem recebe uma notícia dessas não consegue ter pensamentos belos. O ânimo e o sorriso são pura encenação para não apavorar ainda mais o ente querido.

Só que, como Marcia Cabrita explica muito bem, a cobrança de positividade acaba se tornando um problema. Quem consegue sorrir vendo o outro pálido, esquálido e perdendo cabelos? No caso do meu pai, a cada semana eu percebia suas calças mais vazias quando ele estava sentado no banco do passageiro do meu carro para irmos às cansativas sessões de químio ou de hemodiálise.

Realmente, muita coisa é irritante de escutar quando se está acompanhando de muito perto o problema oncológico de alguém. “Não deixe seu pai perceber que você está triste, hein?”. Ora, claro, ok. Vou chegar lá no quarto dele, dar umas gargalhadas e dizer “fica aí curtindo seu dodói que eu vou ali tomar um sorvete e já volto”. 

Sinceramente, não entendo esse mundo em que todo o sofrimento precisa ser escamoteado. Porra! Meu pai estava cada dia mais zoado dessa doencinha filha da p... Quem consegue imaginar maravilhas numa hora dessas? 

Essa doença não é moleza, não. O tratamento, muito menos. Marcia Cabrita estava muito certa em suas observações. Ela achava um saco quando diziam “Beltrano perdeu a batalha contra o câncer”, “Sicrana tem tanta vontade e alegria de viver que foi salva” ou “O amor por meus filhos me salvou”. 

Que coisa mais injusta! Quer dizer que quem morreu não amava a vida? O amor pelos filhos não era grande o suficiente? E a fé? Foi pouca? Pensamento bem cruel, não é mesmo? E, como a mesma Marcia Cabrita continuava dizendo, com seu bom humor impressionante, é uma coisa bem esquisita, isso só acontece com o câncer, doença tão estigmatizada. Ninguém diz que perdeu a batalha para o AVC, nem que amava tanto a vida que ficou bom da cirrose.

Portanto, minha gente, é importante aprender a falar menos e a sentir mais. Muitas vezes, as piores bobagens são ditas como se fossem a entrega de um lindo buquê de flores. Está em dúvida, não sabe o que dizer? Shut up.

Atualizado em ( 22-Nov-2017 )
 
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