Com brasileiro, não há quem possa |
Escrito por Jamil Alves | |
05-Jul-2018 | |
“90 milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração”. E assim, com 115 milhões de habitantes a mais e 48 anos depois, lá está o Brasil de novo torcendo alvoroçado em mais uma Copa do Mundo de futebol.
A Copa começou chocha: o empate de 1 a 1 com a Suíça e a triste lembrança do 7 a 1 da Copa anterior pesaram sobre o ânimo da torcida.
Porém, conforme o Brasil vai avançando, a empolgação da torcida vai ressurgindo e estamos, agora, à espera de um confronto com a Bélgica.
Minha relação com o futebol nasceu de forma semelhante a como acontece para quase todos os meninos brasileiros (pelo menos para quem era criança até os anos 80 ou 90): na pelada de rua. Foi naquela época, naquele passado remoto, que me convenci de que futebol não é para mim, definitivamente.
Sempre grandão e desengonçado, nunca tive grandes habilidades futebolísticas. O esporte que cheguei a praticar com um pouco mais de habilidade foi o vôlei, talvez o único que eu tenha conseguido jogar corretamente (e não bem) algum dia. O futebol só me rendia dedos machucados, unhas extirpadas e o banco de reservas depois de ser o último escolhido para formar um time na aula de educação física.
Fosse na escola ou na pelada de rua, o futebol tinha regras rudimentares, geralmente ditadas pelo professor de educação física, que se esmerava em ensinar e fazer seguir as regras oficiais, ou pelo dono da bola, no caso da rua. Melhor que qualquer programa político de inclusão social era a figura do “café com leite”, que era aquela criança que ainda não estava em condições de acompanhar a brincadeira, geralmente por ser menor que os demais, mas que podia jogar sem que seus lances valessem e sem que fizessem marcação muito forte nela. O futebol da infância tinha esse lado maravilhoso, mas o paradoxo é que os casos de litígio eram quase sempre resolvidos no tapa.
Eu, embora não seja um grande apreciador de futebol (onde já se viu assistir por quase duas horas a uma partida de um troço que pode terminar em zero a zero?!), reconheço que ele tem grande papel na unidade nacional brasileira, na maneira como nos vemos e até como nos entendemos.
O triunfo na Suécia em 1958 – época em que alguns jornais brasileiros ainda usavam o termo “ludopédio” para nomear o futebol – teve tanta importância para nós como a Primeira Missa. O Brasil começava. Nós nos inaugurávamos. Deixávamos para trás era um “pré-Brasil”. Até aquele ano, o brasileiro não ganhava nem em jogo de palitinhos. Ninguém acreditava no Brasil, nem mesmo o Brasil acreditava em si.
Desde então, a cada Copa do Mundo o país se transforma, inspira-se, alegra-se. É bem verdade que futebol é uma espécie de pão e circo para o povão, eu creio nisso e não há quem me faça mudar de ideia. No entanto, curtindo a Copa ou não, nossas mazelas estarão como e onde sempre estiveram – e à espera de solução.
Então, já que não tem jeito: Pra frente Brasil, Brasil, salve a Seleção! VAI, NEYMAR!
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Atualizado em ( 05-Jul-2018 ) |
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