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Onda Latina

sábado
20.Abr 2024
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Manhã na Ladeira Porto Geral PDF Imprimir E-mail
Escrito por Umba Hum   
28-Fev-2020

dedo_no_nariz_-_franklin_valverde.jpgAntes de sair do Metrô São Bento e, com elas, tornar à esquerda rumo à Ladeira Porto Geral, ele recebeu de agente do Metrô impresso com as orientações:

O Metrô de São Paulo zela pela sua segurança e pede sua colaboração: cuide do celular, da bolsa e da carteira.

  • Fique atento ao fazer as compras;
  • Não use seu celular ao entrar e sair da estação, pois a maioria dos roubos acontece nesses momentos;
  • Não deixe a carteira à mostra;
  • Redobre a atenção na hora de embarcar e desembarcar;
  • Comunique imediatamente qualquer ocorrência suspeita a um agente de segurança do Metrô.
 

Na descida da Porto Geral, deu-se conta de um rapaz de estatura média, tez avermelhada e ensebada, fisionomia imberbe, cabelo liso preto curto, pouco acima do peso, que atolou o indicador na narina esquerda para extrair secreções expelidas pelo corpanzil, e assim melhor respirar. Pode ele ainda reter na memória que o rapaz vestia jeans com corte popular e camiseta polo marcada pelo tempo. Isso reteve num golpe d´olhos; mal se deu conta, o rapaz desapareceu de sua vista, tragado pela multidão que subia e descia a ladeira.

Elas entraram na galeria Maxi Bijoux, nº 64, e ele para não entornar o abarrotado espaço, onde se vende todo tipo de adornos femininos a preços calculados para bolsos das classes que miram no horizonte o modus vivendi ostentatório do luxo, reteve-se à porta. Em poucos segundos, à sua esquerda, na frente da loja vizinha, percebeu parado o rapaz que limpara o nariz:

– Pent Drive, 4K... Pent Drive, 4K... – grunhia em pausas cadenciadas.

Ele viu que o rapaz demonstrava nervosismo nos gestos: olhar estalado, movimento sobressaltado da cabeça para a direita e a esquerda. Enquanto grunhia, sua mão direita retinha um pendrive, cuja visualização não possibilitava decifrar a procedência. A flatulência gutural era quase inaudível – Pent Drive 4K... – e fanhosa, e o rapaz por vezes baixava a mão até a proximidade da cintura, envolta por uma pochete barata. A movimentação na ladeira era constante e, súbito, ele perdeu novamente de vista o rapaz que fazia muamba com pendrive.

Olhou então ele para o interior da galeria Maxi Bijou e viu que elas estavam envoltas com as compras. Olhavam prateleiras e mais prateleiras. Pegavam braceletes, brincos, anéis etc.; contemplavam-nos e voltavam-nos às gavetas. Fora, a multidão avolumava-se cada vez mais. Em poucos minutos a Porto Geral estava totalmente tomada. Alguns espaços vazios, mas se a PM quisesse fazer cálculo dava para conjecturar que em metro quadrado podiam ficar retidas cinco ou seis pessoas de aproximadamente 80 Kg. Então repentinamente ele ouviu:

– Aqui cabelo natural... trancinhas, apliques, cabelo natural é aqui...

Era, como o outro que desaparecera, também um rapaz de porte avantajado, mas aproximadamente 10 cm mais alto, cabeça ovalada, cabelo curto de fios grossos, barba por fazer há quase uma semana. Vestia tênis Puma preto, símbolo laranja, shorts até os joelhos, com desenhos geométricos vermelhos, azuis e pretos a Mondrian e fundo branco, camiseta de manga nas cores magento, da cintura até a fronteira transversal do ombro esquerdo à metade do dorso, e, depois do dorso, branca.

– Cabelo natural... trancinhas, apliques, cabelo natural é aqui... – repetia sem alterar a voz.

Ao contrário do rapaz que limpara o nariz, este parecia bastante à vontade. Estático, entre o meio fio e o meio da ladeira, exibia do lado de fora da perna direita enorme tatuagem com alguns registros de ideogramas chineses e não descuidava o olhar direto e sem cerimônias na bunda de muitas jovens que subiam e desciam a ladeira e entravam e saiam das galerias.

– Aqui cabelo natural...

– Aqui cabelo artificial! – murmurou um negro, magro, estatura média, barba rala e desenhada no estilo mano, tênis Adidas preto, três tiras cinza chumbo, shorts também preto e detalhes Malevith, camiseta preta com escritos indiscerníveis, bombeta preta, aba para frente, para suportar armação de óculos escuros. Depois de provocar o branco de tronco avantajado, o negro deu um riso de escárnio e recostou-se na parede bem próximo da Maxi Bijou por alguns segundos. O de tronco avantajado percebeu a gozação, mas não teve qualquer alteração no comportamento.

– Cabelo natural...

Elas saíram da Maxi Bijou e entraram na Criativa Bijou, nº 72, na mesma calçada, portanto. Ele novamente preferia ficar à porta e aguardar.

Por alguns segundos manteve-se desperto apenas na multidão. Até que:

– Bilhete de Metrô! Bilhete de Metrô! – repetia o negro em frente da entrada do Metrô São Bento. Seus movimentos eram excessivamente tensos. Não ficava parado mais que três segundos num lugar, embora com a multidão mal se podia mover. Mexia freneticamente as mãos, colocava-as para trás, erguia a direita com uma cartela contendo aproximadamente 10 bilhetes de metrô. Uma bela transeunte parou, travou rápido diálogo com ele, não comprou o bilhete e entrou no Metrô.

– Bilhete de metrô! Bilhete de metrô! – continuava o negro.

Um outro negro, mais alto e forte que ele, parou, tinha alguma coisa não identificável nas mãos, e conversou alguns segundos com ele. Logo se separaram e o negro com bilhetes voltou a se movimentar.

Da porta da Criativa Bijou ele percebeu, à frente do Metrô, três agentes absolutamente impassíveis. Um jovem chegou, comprou e pagou um bilhete; outro jovem também comprou bilhete do negro. No instante, porém, em que vendia mais um bilhete, o negro viu subindo a ladeira um grupo de policiais da PM. Ele deixou o potencial comprador sozinho e desapareceu para dentro do Metrô. Os policiais então depois de cruzarem a frente da entrada da estação se diluíram na multidão.

– Bilhete de metrô! Bilhete de metrô! – ele voltou a ouvir; e os agentes do metrô mantinham-se impassíveis.

Ilustração: Dedo no nariz – Franklin Valverde

Atualizado em ( 28-Fev-2020 )
 
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