Escrito por Carmo Flaire
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20-Mai-2020 |
scowmati.gq
Era eu criança, um dos sete filhos de meu pai. Como toda criança sonhava em acompanhá-lo ao trabalho. Meu pai era motorista, já tinha sido chofer de família, conduzia um belo Ford Galaxie 500. Depois foi chofer de praça com um VW 1600, o famoso "Zé do Caixão". Daí veio seu "Grande Carro", um caminhão Ford F600, que máquina.
karlpawea.cf
Eu sonhava estar naquela máquina.
Meu pai trabalhava em uma fábrica de tacos e assoalhos de madeira.
Então o grande dia chegou, acordamos cedo, pois morávamos na Vila Olímpia e ele tinha que retirar a mercadoria em Diadema, onde ficava a fábrica. E lá fui eu acompanhá-lo no trabalho em mais uma entrega.Que maravilha, eu dentro da cabine daquela máquina, meu pai ouvindo, em seu toca fita de cartucho, as músicas de Lindomar Castilho.
Lembro que viemos até o Condomínio da Chácara Flora fazer uma entrega. Era uma casa imensa, a construção estava a todo vapor. Descarregaram os pisos de madeira maciça e depois fomos embora para que eu pudesse usufruir da melhor parte do dia.
Era a hora do almoço, meu pai parou aquela "máquina" ao lado de um boteco. Ele então fez o pedido de uma bela iguaria, um fantástico "pão com mortadela" e, para acompanhar, dividimos uma garrafa de uma estupenda "tubaína". Era um verdadeiro banquete. Que tempos simples, mas com grandes significados.
Este velho homem de barba branca guarda recordações positivas desses momentos.
lichvaladpioli.cf llustração: A Tubaína – Franklin Valverde
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Atualizado em ( 20-Mai-2020 )
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