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Onda Latina

sábado
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Os isolados – Vincent van Gogh PDF Imprimir E-mail
Escrito por Albert Aurier   
25-Mar-2021

Vicent van Gogh é hoje considerado um dos maiores artistas da história.  Sua obra, contudo, passou completamente despercebida para seus contemporâneos. O único elogio que teve em vida deve-se a Albert Aurier (1865-1892), publicado poucos meses antes de sua morte. Aurier foi um crítico de arte e poeta que viveu intensamente o ambiente décadent da França fin-de-siècle. Fundou o jornal Mercure de France e nele publicou artigos sobre pintores, então, pouco conhecidos. Com isso, o jornal tornou-se um dos veículos mais importantes na promoção do simbolismo.

Tradução e notas: Humberto Pereira da Silva.

 

Eis que, a cada passo, desde a entrada no ignóbil caos lamacento da rua, imundo diante da realidade, mas alheio a tudo isso, canto estes fragmentos de versos que estão em minha memória:

A inebriante monotonia

Do metal, do mármore e da água...

E tudo, mesmo a cor negra,

Parecia lustrado, clareado, irisado;

O liquido embutido em sua glória

No raio cristalizado...

E as cataratas pesadas

Como janelas cristalizadas

Suspendiam-se, deslumbrantes,

Das muralhas de metalizadas

Sob céus, ora talhados deslumbrantemente de safiras ou turquesas, ora forjados não sei de qual enxofre infernal, quente, venenoso e ofuscante; sob céus semelhantes a corrente de metais e cristais fundidos, que expõem, às vezes, tórridos círculos solares radiantes; sob incessante e formidável efusão de todas as luzes possíveis, entre atmosferas pesadas, flamejantes, ardentes, que parecem exaladas de fantásticos fornos, onde se volatizam ouros, diamantes e gemas singulares – isto é a visão inquietante, perturbadora, de natureza estranha, às vezes tão verdadeira e quase supranatural, de uma natureza excessiva, onde tudo, seres e coisas, sombras e luzes, formas e cores se ajustam, se erguem com vontade irritável de urrar sua essencial e própria canção, com o timbre mais intenso, com agudeza indômita ao extremo. São árvores torcidas como gigantes em batalha. São gestos proclamados de braços nodosos que acenam e do trágico esvoaçar de suas verdes crinas, de seu poder indomável, do orgulho de sua musculatura, da sua seiva quente como o sangue, de seu eterno desafio ao tufão, à artilharia, à natureza iníqua. São ciprestes traçados de seus pesadelos, na escuridão, em silhuetas inflamadas. São montanhas arqueadas do dorso de mamutes ou rinocerontes; de pomares brancos, rosas e amarelos, como ideia de virgens em sonho; de casas agrupadas se contorcendo passionalmente ainda que de seres entrelaçados que padecem e pensam; de pedras, de terras, de silvados, de relvas, de jardins, de rios que se diria esculpindo minerais desconhecidos, polidos, reluzentes, irisados, feéricos. São paisagens flamboyants que parecem a ebulição de múltiplas cores emanadas de qualquer diabólico crisol de alquimista, de frondescências, quiçá de bronze antigo, de cobre novo, de vitrais enfileirados, de canteiros de flores que são menos flores que riquíssimas joias feitas de rubis, de ágatas, de onixes, de esmeraldas, de corindos, de crisoberilos, de ametistas e de calcedônias. Este é o universal e louco e ofuscante brilho de coisas; ou seja, a matéria, a natureza inteira toda torcida freneticamente, paroxística, concebida no ápice da exacerbação. Esta forma torna-se pesadelo, a cor torna-se flamada, lavas e pedras preciosas; a luz se faz incendiária, vida, febre ardente.

***

Esta é – e não é exagerado, ainda que se possa considerar – a impressão deixada na retina pela primeira visão das obras estranhas, intensas e efervescentes de Vincent van Gogh, este compatriota e não indigno descendente dos antigos mestres holandeses.

Oh, quão longe estamos – não é isso? – da bela grandeza da arte antiga dos Países-Baixos, tão saudável e ponderada. Quão longe de Gérrit Dow, de Aelbert Cuyp, de Ter Borch, de Metzu, de Pieter de Hooghe, de Vermeer, de Van der Heyden e seus telhados charmosos, um pouco burgueses, tão pacientemente alinhados, tão fleumaticamente acabados, tão escrupulosamente minuciosos! Quão longe das belas paisagens, tão sóbrias e tão ponderadas, sempre tão envolvidas em suaves e cinzas e indefinidos vapores de Van der Heyden, de Berchem, de Van Ostade, de Potter, de Van Goyen, de Ruysdael, de Hobbema! Quão longe da um tanto fria elegância de Wouwerman, da eterna vela de Schalken, da tímida miopia, dos finos pincéis e da lupa virtuosa de Pieter Slingelandt![i] Quão longe das delicadas cores um tanto nuançadas e brumosas dos Países do Norte e das infatigáveis pequenas pinceladas destes portentosos artistas de acolá, de outrora, que se esmeravam “em sua sala aquecida”, com o espírito demasiado calmo, os pés quentes, a barriga encharcada de cerveja; quão longe desta arte demasiadamente honesta, protestante, republicana, genialmente banal destes incomparáveis velhos mestres com um único senão – se se trata de um para eles: todos são pais de família e burgueses!...

E, todavia, ainda que não se apregoe isso, Van Gogh não está à margem de seus ancestrais: submetido a inelutáveis leis atávicas, ele é convenientemente holandês; ou seja, da sublime linhagem de Franz Hals.

Inicialmente, de fato, como todos seus ilustres compatriotas, é um realista no sentido estrito do termo. Ars est homo additus natura, disse o chanceler Bacon,[ii] e o Senhor Émile Zola definiu o naturalismo como “a natureza vista por meio de um temperamento”. É este “homo additus”, este “por meio de um temperamento”, ou esta moldagem objetiva, tanto única quanto subjetivamente diversa, que complica a questão e suprime a possibilidade de todo irrefragável critério de graus de sinceridade do artista. O crítico é, então, fatalmente reduzido, por esta determinação, a induções tão hipotéticas quanto contestáveis. Não obstante, estimo que, no caso de Vincent van Gogh, apesar de frequentes desorientações singulares de suas obras, ele é difícil porque quer ser imparcial e porque sabe perscrutar, mas não reconhecer ou contestar a veracidade ingênua de sua arte, de sua visão. Independentemente, com efeito, deste indefinível aroma de boa fé e de verdade, que sem dúvida exala verdadeiramente de todos os seus quadros, a escolha dos temas, a articulação constante dos mais excessivos registros, a consciência do estudo dos caracteres, a contínua busca do significado essencial de cada coisa, essa profusão de detalhes significativos nos afirmam sua profunda e quase infantil sinceridade, seu grande amor pela natureza e pela verdade – de sua verdade, para si próprio.

É então permitido, sustentar-se aqui, legitimamente induzir das próprias obras de Van Gogh o seu temperamento de homem ou, antes, de artista – indução que seria possível e corroborada, caso desejasse, de sua própria biografia. O que particulariza sua obra inteira é o excesso, o excesso na força, excesso na nervosidade, na violência expressiva. Em sua categórica afirmação do caráter das coisas, em sua temerária simplificação das formas, em sua insolência ao fixar o sol face a face, no entusiasmo veemente de seu desenho e de sua cor, até nas menores particularidades de sua técnica, se revelam uma energia, um vigor, uma audácia muito frequentemente brutal e às vezes ingenuamente delicada. E, acrescenta-se, os exageros quase orgiásticos de tudo isso que ele pintou são desvendados; ou seja, é um exaltado, um inimigo das sombras burguesas e das minúcias; é um tipo de gigante livre, mais apto a desordenar grandes objetos que tem a maneira de enfeites de prateleiras, uma inteligência em ebulição, vertendo sua lava em todos os barrancos da arte, irresistivelmente, um terrível e enlouquecido gênio, frequentemente sublime, às vezes grotesco, quase sempre sujeito à patologia. Enfim, sobretudo, é um hiperestético, claramente sintomatizado, concebido com intensidades anormais, talvez mesmo dolorosas. Com isso, os imperceptíveis e secretos caracteres das linhas e das formas, mas mais ainda das cores, das luzes, das nuances invisíveis às pupilas sãs, das mágicas irisações das sombras. Eis por que seu realismo é neurótico; eis por que sua sinceridade e verdade são tão diferentes do realismo, da sinceridade e verdade dos grandes pequenos burgueses da Holanda – tão sadios de corpo quanto equilibrados da alma –, seus ancestrais e seus mestres.

***

No entanto, este respeito e amor pela realidade das coisas não é razão suficiente para explicar e caracterizar a arte profunda, complexa, original de Vincent Van Gogh. Sem dúvida, como todos os pintores de sua linhagem, ele é, por demais, consciente da importância e da beleza da forma, mas para ele, frequentemente, a encantadora forma não é tomada senão como um tipo de linguagem maravilhosa, destinada a traduzir uma ideia. Ou seja, ele é, invariavelmente, um simbolista. Mas não, bem entendido, um simbolista à maneira dos primitivos italianos,[iii] estes místicos que experimentam com esforço a necessidade desmaterializar seus sonhos, mas um simbolista que sente a continua necessidade de revestir suas ideias de formas precisas, ponderáveis, de invólucros intensamente carnais e materiais. Em quase todas suas telas, sob este invólucro mórfico, sob esta carne excessivamente carnal, sob esta matéria excessivamente material, acham-se contidas, para o espírito que sabe vê-las, um pensamento, uma ideia, e esta ideia, essencial substratum da obra, é, ao mesmo tempo, a causa eficiente e final. Quanto às brilhantes e estouradas sinfonias de cores e de linhas, de inegável importância para o pintor, elas não estão em seu trabalho senão como simples meios expressivos, simples procedimentos do simbolismo. Quem se recusar, com efeito, a admitir sob esta arte naturalista a existência de tendências idealistas, não compreenderá grande parte da obra que ora estudamos. Como se explica, por exemplo, O semeador,[iv] este augusto e perturbador semeador, este rústico de fronte brutalmente genial, por vezes semelhante longinquamente com o próprio artista. A silhueta, o gesto e a lida do semeador são obsidiados por Vincent van Gogh, que o aperfeiçoa e reaperfeiçoa tão frequentemente quanto com os céus rubrescentes ao entardecer, quanto com o pó dourado dos abrasados sóis do meio dia. Não é o caso de meditar a respeito desta ideia fixa, cuja necessidade atual de fantasia vem de um homem, de um messias, semeador de verdade, que regenerou a decrepitude de nossa arte e, talvez, de nossa imbecil e industrializada sociedade? Por isso, uma insistente paixão pelos raios solares, que rutilam no embraçamento do céu, e dão lugar, simultaneamente, a outro sol, um astro vegetal, o suntuoso girassol que se repete incessantemente em vários quadros.[v] Como explicar a arte de VanGogh se se recusa a admissão de sua persistente preocupação com certa alegoria heliomítica, tão vaga quanto gloriosa?

***

Vincent van Gogh, com efeito, não é tão somente um grande pintor, um entusiasta de sua arte, de sua paleta e da natureza; ele é, igualmente, um sonhador, um devoto exaltado, um devorador de belas utopias, um ser no qual estão presentes, em igual medida, ideias e sonhos.

Há algum tempo que ele se compraz em imaginar uma renovação da arte, o que seria possível pelo distanciamento da civilização: uma arte de regiões tropicais; onde os povos reclamam imperiosamente obras correspondentes aos meios habitados; onde os pintores se achem face a face com uma natureza até então desconhecida, formidavelmente luminosa, que evidenciam, por fim, a inoperância de velhos truques escolares. É para essas regiões que se ele se dirige, ingenuamente, para traduzir com candura um novo universo de sensações!... Não tem sido ele, com efeito – neste país de resplandecências, de fulgurantes sóis e cores que ofuscam –, o intenso e fantástico colorista esmagador de ouros e pedras preciosas, o mais digno pintor, em contraste com a arte de Guillaumet, com os quadros insípidos de Fromentin e os malfeitos de Gerome?...[vi] 

Pois, como consequência da necessária convicção de tudo recomeçar na arte, ele tem, e por muito tempo cultiva, a ideia de inventar uma pintura bastante simples, popular, quase infantil, capaz de emocionar os humildes. Com isso, ele despreza a sofisticação a ponto de ser compreendido pelos mais ingênuos dos pobres de espírito. A embaladeira, esta gigantesca e genial imagem endurecida, que ele repete com curiosas variantes; do mesmo modo, o retrato do fleumático e indescritivelmente jubiloso Carteiro, a Ponte levadiça, tão cruamente luminosa e tão estranhamente banal, a ingênua Rapariga entre as rosas, O Zuavo, A Provençal,[vii] indicam, com a maior clareza de estilo, essa tendência rumo à simplificação da arte, que se reencontra alhures, com frequência, em toda a sua obra, e que não me parece ser tão absurda, nem tão indigna de estima, nessa complexa e exacerbada época de miopia e equivocada análise.

***

Estas teorias e esperanças de Vincent van Gogh são viáveis? Não passam de vãs e belas quimeras? Quem o sabe? Em todo caso, eu não tenho condição de examinar estas questões neste momento. Basta, para terminar e caracterizar um pouco melhor este curioso espírito, ao lado das banais veredas da arte, dizer algumas palavras sobre sua técnica.

O lado externo e material de sua pintura está em absoluta correspondência com seu temperamento de artista. Em todas as suas obras, a execução é vigorosa, exaltada, brutal, intensa. Seu desenho, desconfortante, potente, frequentemente inábil e um tanto pesado, exagera em seu caráter simplificado e avança com autoridade, como vencedor, por sobre o detalhe, alcançando, assim, uma síntese magistral, algumas vezes um grande estilo, embora não se o fixe dessa maneira.

Sua cor, já a conhecemos: invariavelmente deslumbrante. Até onde sei, ele é o único pintor que percebe o cromatismo dos objetos com intensidade, com qualidade metálica, gêmica. Suas buscas de colorações de sombras, de influências de tons sobre tons, de solorações plenas, são verdadeiramente curiosas. Ele não evita jamais, todavia, certas cruezas desagradáveis, certas desarmonias, certas dissonâncias... Quanto à sua execução propriamente dita, seus imediatos procedimentos de iluminação da tela são, assim como tudo que faz, impetuosos, extremamente potentes e nervosos. Seu pincel opera por enormes empastamentos de tons muito puros, por traços encurvados, rompidos por toques retilíneos..., por acumulação por vezes inábil, de rutilante alvenaria. Tudo isso resulta em algumas telas a aparência sólida, como deslumbrantes muralhas feitas de cristal e de sol.

***

Este vigoroso e verdadeira artista, alinhado à sua estirpe, saído de brutais mãos de gigantes, de estado de impaciência similar à histeria feminina, tem a alma iluminada. Este artista tão original e deslocado no meio de nossa mísera arte hodierna conhecerá – tudo é possível – os júbilos da reabilitação, as lisonjas repentinas da fama algum dia? Talvez. Mas a quem sua obra atinge, quando bem a moda deveria comprar suas telas – isto que é pouco provável – ao preço de pequenas infâmias do senhor Meissonier?[viii] Não creio, sinceramente, que ele possa ser admirado no futuro pelo grande público. Vincent van Gogh é, às vezes, muito simples e muito sutil para o espírito burguês contemporâneo. Ele não será compreendido jamais, senão pelos seus pares, os artistas, os verdadeiros artistas...; e de poucos felizardos, uma casta reduzida que escapa, por sorte, dos benfazejos ensinamentos leigos.

Albert Aurier, Les isolés – Vicent van Gogh, Mercure de France, Nº 1 – Janeiro de 1890, Tradução e notas: Humberto Pereira da Silva.


[i] Gerrit Dou (1613-1675), Aelbert Cuyp (1620-1691), Gerard Ter Borch (1617-1681), Gabriel Metsu (1629-1667), Pieter de Hooch (1629-1684), Johannes Vermeer (1632-1675), Johannes van der Heyden (1637-1712), Nocolaes Pieterzoom Berchem (1620-1683), Adrien van Ostade (1610-1685), Paulus Potter (1625-1654), Johannes van Goyen (1596-1656), Salomon van Ruisdael (1602-1679), Meindert Hobbema (1638-1709), Philips Wouwerman (1619-1668), Godfried Schalcken (1643-1706), Pieter van Slingelandt (1640-1691). Todos, portanto, do chamado “Século de Ouro” dos Países Baixos. Curioso observar que Aurier não menciona Rembrandt van Rijn (1606-1669), aquele que é justamente o maior pintor do período e um dos grandes gênios da história da arte. 
[ii] Aurier se refere ao filósofo empirista inglês Francis Bacon, que em sua Opuscula Philosophia, reunião de seus escritos avulsos, afirma que a arte resulta da adição do homem à natureza.  No século XIX,  Levis faz uso dessa definição baconiana para aludir à arte holandesa. Para ele, os pintores holandeses estão confinados em si próprios e assim entendem e representam a natureza pela adição de seus próprios sentimentos.   
[iii] Para o historiador Jacob Buckhardt, em sua Cultura do Renascimento na Itália, nos séculos XI e XII ocorre o que ele denomina renascimento avant la letrre, na Toscana, que se difunde no século seguinte e anuncia o Renascimento propriamente.  Os artistas pré-renascentistas, ou primitivos, passam da pintura mural à pintura de cavalete, com isso alteram as regras estritas da pintura medieval. Aurier realça o paralelo entre Van Gogh e os primitivos italianos, mas realça igualmente as diferenças.
 [iv] Na cidade de Arles, Van Gogh pintou uma série de telas representando um semeador nos campos contra o pano de fundo de um sol poente. Sua principal fonte de inspiração foi o semeador de Jean-François Millet. Van Gogh considerou o ciclo de crescimento sazonal das culturas – particularmente a do trigo – como metáfora da criação, crescimento, floração e declínio.
 [v] As pinturas de Girassóis estão entre as mais famosas de Van Gogh. Ele pintou um total de doze telas com girassóis. As mais conhecidas são a série de sete pintadas quando ele estava em Arles, de 1888 a 1889. As outras cinco foram pintadas quando ele estava em Paris, em 1887.  
[vi] Gustave Guillaument (1840-1887), Eugene Fromentin (1820-1876), Jean-Léon Gerome (1824-1904). Pintores franceses do século XIX identificados à arte acadêmica que fazia muito sucesso nos Salões. Aqui, Aurier é duro com esses pintores, que à época ditavam o cânone.
 [vii] São obras em que Van Gogh capta uma situação do cotidiano, geralmente estático, e que oferece uma meditação metafisica sore a condição humana. Além das imagens do semeador e dos girassóis são as telas que mais levam o apreciador a reconhecer a arte de Van Gogh e suas intenções filosóficas: captar o momento no que ele tem de interior. Um movimento, pois, inverso ao do impressionismo e que terá enorme influência nos expressionistas 20 anos depois.
 [viii] Jean-Louis Ernest Meissonier (1814-1891). Pintor classicista conhecido por suas representações de Napoleão Bonaparte e suas campanhas militares. Como se vê, Aurier é pouco generoso com essa forma de expressão artística que, não obstante, goza de prestígio na época em que escreve.   
Atualizado em ( 25-Mar-2021 )
 
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