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Onda Latina

sexta
19.Abr 2024
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Papo 10 com De Puro Guapos PDF Imprimir E-mail
Escrito por Franklin Valverde   
03-Set-2008

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O grupo De Puro Guapos é formado por brasileiros e argentinos. Há quase dez anos essa orquestra de tango tem se apresentado por todo o Brasil, mostrando com qualidade o ritmo portenho que imortalizou Carlos Gardel e Astor Piazzolla, dois "hermanos" argentinos que sempre foram muito queridos dos brasileiros. O grupo é composto por Martin Mirol (bandoneón), Paulo Brucoli (piano), Marta Autan (cello), Rafael Zacchi (clarinete), Luiz Gustavo (violino), La Flaca (violino), Mani (viola) e Vínicius Pereira (baixo). Aqui temos um bate-papo com o bandoneonista Martín Mirol que conta como surgiu o grupo, a sua trajetória, os novos rumos do tango e sobre a preparação do novo CD do grupo, que em breve será lançado. Esse novo trabalho terá composições de Horácio Salgán e Aníbal Troilo, dois excelentes tangueros, não tão conhecidos no Brasil como Gardel e Piazzolla, mas que merecem ser apreciados. Enquanto o disco não sai, fiquem com Martín Mirol.

1-Como é trabalhar com um grupo tango na terra do samba?

Martín Mirol - Para apreciar qualquer arte é preciso ter tido experiências anteriores nesse campo. Claro que todos ouvimos música desde que estamos no útero, mas nem sempre estamos expostos a um número variado de estilos e quase sempre o que é veiculado na mídia de massas é de pouca qualidade. Somado isto a um conhecimento musical restrito da população - gerado pela falta desta matéria no sistema público de ensino - encontramos um mercado enorme, mas totalmente dominado e controlado pelas grandes gravadoras que, na maioria das vezes, estão preocupadas com números e não com arte. Portanto não é fácil trabalhar com música em geral nos países em desenvolvimento. Acho que trabalhar com tango na "terra do samba" é o mesmo que se trabalhasse com qualquer outro gênero musical, brasileiro ou não. Como se tocasse jazz, baião ou rock, por exemplo. Cabe destacar que o mercado é muito competitivo e desigual. Posso afirmar que a cidade de São Paulo é como uma "Babilônia" na América Latina: tem de tudo e para todos.

2-Como surgiu o De Puro Guapos?

Martín Mirol - DPG foi criado em junho de 99, na Faculdade de Música. Pelo fato de tocar bandoneón (instrumento de fole próprio do tango) chamou a atenção de alguns músicos e nos juntamos para tocar. Após uns três ensaios já éramos um quarteto (bandoneón, violão, flauta e contrabaixo) nos apresentamos na facu e nos batizamos. Desde então a formação mudou muito e muitos músicos passaram pelo grupo.

3-O que significa o nome "De Puro Guapos"?

Martín Mirol - "De Puro Guapos" é uma expressão argentina que indica a forma como se faz alguma coisa e o nome de dois tangos: um deles cantado por Carlos Gardel e o outro composto nada menos que por Pedro Laurenz (excelente bandoneonista, compositor, diretor e arranjador de tango). "Guapo" no idioma Castelhano - ou Espanhol - significa bonito. Na Argentina, e mais ainda em Buenos Aires, a palavra tem outro significado: corajoso, destemido. Fazer algo "de puro guapo" significa fazer "com coragem", "sem se intimidar". Devo confessar que a música instrumental é um caminho difícil de percorrer, tem que ter coragem, ser "guapo"!

4- Qual a receptividade do público brasileiro ao tango?

Martín Mirol - O brasileiro é um público muito receptivo à música em geral. Claro que dependendo da região do País, da faixa etária e da classe social muda bastante a preferência. As pessoas de mais idade conhecem bem o repertório de tangos tradicionais, se emocionam e lembram de sua juventude. As pessoas de meia idade conhecem mais a obra de Astor Piazzolla além de alguns tangos famosos pelo cinema norte-americano como "Por Uma Cabeza" do filme Perfume de Mulher. A juventude, com raras exceções, não tem muito mais referência fora a estereotipada imagem de um casal dançando apaixonadamente... ou as novidades eletrônicas que se associam ao estilo. Mas há uma reação comum que é o empolgamento com o qual acontecem as apresentações de De Puro Guapos diante um público que sabe apreciar em silêncio e aplaudir de pé no pedido de bis. Acontece uma verdadeira interação que soma e acrescenta para todos: público e Orquestra. O tango não só no Brasil, mas no mundo inteiro, é apreciado por ter aqueles "ingredientes" humanos que o tornam universal. É motivo de muitos estudos e mais de um século de historia.

5-O que você acha do tango de grupos como o Gotan Project?

Martín Mirol - Eu vejo que é uma tendência, que tem 10 anos aproximadamente, dentro da música eletrônica. Não creio que tenha os traços característicos do tango. Cada estilo de música tem suas particularidades, suas características musicais que definem o estilo. Tão forte é este conceito que ninguém no mundo inteiro ouvindo uma bossa nova confunda com uma sinfonia! ou ache que é música russa! O tango é um gênero musical muito específico e que se consagrou como tal mundialmente há um século. Fica difícil chamar de Tango algo que não tem muita semelhança com um repertório de mais de 10.000 obras editadas.

Isto aconteceu nos anos 60 com Astor Piazzolla quando desenvolveu o "Novo Tango". Realmente era novo. Um repertório composto por ele que introduzia novas harmonias, fraseados e estruturas. O mérito do Tango pode ser questionado e muitas pessoas o fazem. Considero que o que denominam electro tango tem poucas características em comum com o gênero Tango amplamente difundido, e assim como a música eletrônica pop não me agrada: é muito pobre. Mas é assim na maioria das FMs do mundo.

6-E o tango do Bajofondo e o trabalho do Gustavo Santolalla?

Martín Mirol - Não ouço muita diferença...

7-Carlos Gardel, há muito tempo, é um clássico do tango. E Astor Piazzolla continua ainda sendo um revolucionário ou já se transformou também em clássico?

Martín Mirol - Acredito que a história tem um sentido ou uma direção, um desenrolar e podemos entender o presente como a resultante instantânea desse processo. Carlos Gardel foi um revolucionário pois inventou o tango cantado e o próprio cantor de tango!. Foi ele quem cantou letras com argumentos pela primeira vez, e sua vida está ligada a esses argumentos, inclusive sua trágica morte em Medellín (Colômbia) em 1935. Depois ficou imortalizado e passou a representar o tango. Piazzolla está destinado ao mesmo processo. Ele criou e definiu rumos e está associado ao tango instrumental universalmente. Não vejo que isso esteja acontecendo atualmente, nem vejo porquê. Vejo que em Buenos Aires está se recolhendo os frutos de quase duas décadas de trabalho de base no ensino de música orientado para tango, oferecido gratuitamente pelo município de Avellaneda - Buenos Aires, que forma gerações de pianistas, violinistas, bandoneonistas, violistas, contrabaxistas, violonistas, e um sem fim de outros músicos que estão mantendo essa arte viva. Isso se nota na quantidade cada vez maior de "Orquestas Típicas" formadas por mais de dez integrantes, coisa cada vez mais rara desde os anos 60. O momento de re-encontro com o a história do gênero "amplo e complexo" sem dúvida florescerá em verdadeiros Carlos Gardel ou Astor Piazzolla que definirão o rumo do tango.

8- Vocês também investem em composições próprias?

Martín Mirol - A idéia da Orquestra é tocar tango e é um gênero que merece estudo sério.  Mais ainda estando a dois mil quilômetros de algum professor. Por isso demos prioridade à interpretação e aos arranjos. Hoje podemos dizer, depois de 9 anos, que temos alguma idéia do que foi feito pelos mestres como para definir uma linha. Já tem gente no grupo escrevendo coisas legais que devem ser motivo de um terceiro CD.

9-Depois do CD Ao vivo, o que podemos esperar do novo disco?

Martín Mirol - O novo disco é bem diferente em sonoridade, mais ampla agora devido à formação com "a corda toda" (dois violinos, viola, cello e baixo) e os arranjos que valorizam estes timbres e recursos. Também no estilo, já que estamos interpretando obras de Horácio Salgán e Aníbal Troilo, muito diferentes e muito complexas. O fato de ter sido uma gravação de estúdio não tira que tenha sido gravado em "real time" ou seja: todos os músicos juntos tocando. Essa técnica deixa o acontecimento musical mais "natural" pois a captação reproduz um pouco mais "vivo". Gostamos muito também da qualidade da gravação, quase Hi-Fi! (Alta Fidelidade). Os músicos que entraram na Orquestra depois do primeiro CD deram uma cara nova destacando de forma muito afortunada o naipe de cordas, que no tango é coisa muito importante! São eles: Marcos Braga "Mani" na viola e Luis Gustavo "Buda" e María Emília "La Flaca" nos violinos. A qualidade gráfica do encarte também ganhou um destaque e ficou em acorde com a sonoridade oxidada, maciça e tempestuosa.

10-No campo musical os brasileiros e argentinos do De Puro Guapos se entendem muito bem. E no futebol como é a convivência?

Martín Mirol - Bom... meus ouvidos ainda ressoam da final da Copa América, em que Argentina perdeu do Brasil por 3 a 0, se não me engano, em 2006. Estávamos com a orquestra em Iguape - SP, horas antes de tocar no "X Festival da Livre Expressão" sentados no bar do hotel vendo o jogo e até os cozinheiros vieram gritar os gols, em plural, junto com a orquestra ao meu lado... foi duro. Para piorar durante o show as luzes esquentaram bastante o palco e tirei agasalho sem lembrar que estava com uma camisa amarela debaixo... Ainda bem que agora entrou La Flaca que é argentina, embora de Córdoba, para torcer junto a mim...
Atualizado em ( 03-Set-2008 )
 
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