Parábola pretensamente kafkiana |
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Escrito por Umba Hum
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07-Jan-2022 |
Estou deitado na rede, em férias, na praia. Lendo Sadoul. Uma abelha sobrevoa próxima à minha testa. Fico incomodado. A abelha desaparece e logo retorna. Num movimento rápido e calculado, pego-a com a mão esquerda. Espremo a mão por alguns segundos.
Abro-a e sinto o ferro na palma da mão. Solto a abelha e, com o polegar e o indicador da mão direita em forma de pinça, retiro o ferro. Com dor intensa, a mão adormecida, pego do chão a abelha morta, levo-a à boca e, num movimento rápido e calculado, engulo-a. Continuo, agora, sem perturbação, com Sadoul.
Ilustração: Abelha - Franklin Valverde
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Atualizado em ( 07-Jan-2022 )
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