Naquela manhã, tinha ele no carro para devolução na biblioteca um Tarkovsky e um Godard, que assistira no final de semana. Passou pela catraca, devolveu-os, foi ao acervo e retirou mais um Tarkovsky e mais um Godard: há tempo não via https://donahuegaspay.com/mygu.php A infância de Ivan e não se recordava ao certo das imagens de source Masculino/Feminino. Na volta ao balcão de entrada, no entanto, o rapaz que atendia lhe solicitou o crachá comprobatório de sua função na..., para a retirada dos filmes. Meio sorumbático – cochilara no carro pouco antes do trajeto... – volta ao interlocutor: “Não tá aqui; quer que eu pegue?”. “Por favor!”, exclamou do balcão o rapaz. Saiu ele e deixou Tarkovsky e Godard para trás. No caminho da devolução, pensara: “Hoje, antes de dormir, rodo um Tarkovsky...”; não voltou, contudo, à biblioteca com o crachá que deixara no carro; ao invés, caminhou para seus afazeres.
No caminho: “Outro dia, quando tirei Tarkovsky e Godard, um outro rapaz me atendeu e não pediu pra eu me identificar com o crachá; assim, em situações assim, se pode apreciar a vida em sociedade e suas casuais exigências: em certo momento, formalidades são apenas formalidades; mas, não se pode generalizar, quando menos se espera...; nisso, entretanto, nenhum julgamento moral e sim, como num filme de Godard, a sobreposição de situações e inserts pra mudar o foco de visão do espectador...”. No caminho, encontrou o Coca, amigo cinéfilo, com A chinesa debaixo do braço, e lhe contou o ocorrido. “Tô aqui pensando no roteiro de um curta tipo Rohmer, o que você acha?”, lhe sugeriu o Coca; deu ele um sorriso vago. “Você escreve”.
virbtilsettgedi.ga Ilustração: Crachá - Franklin Valverde
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