O espanhol Enrique Iglesias é considerado um dos reis do pop latino, com direito a uma estrela na calçada da fama, nos Estados Unidos. Desde muito jovem seguiu os passos do seu pai, o cantor Julio Iglesias, ganhando os palcos de todo o mundo. Aqui reproduzo para vocês uma entrevista que fiz com o Enrique, originalmente publicada em 1999, na CHUCHU, como era carinhosamente chamada a revista Churrasco & Churrascaria, da qual fui editor. Confiram a entrevista.

ENRIQUE IGLESIAS: viciado em música

O cantor espanhol Julio Iglesias tem um herdeiro à altura. Seu filho Enrique aprendeu muito bem as lições de como chegar ao sucesso. Em três anos de carreira e com três discos lançados, já vendeu 12 milhões de exemplares em todo o mundo. Isso fez com que ganhasse centenas de discos de ouro e platina, inclusive aqui no Brasil. Papai Iglesias, que é o recordista em venda na música latina, deve estar contente com o desempenho do pimpolho, pois nem ele conseguiu essa marca com tanta rapidez.

Recentemente Enrique Iglesias fez uma excursão promocional pelo País para divulgar “Cosas del Amor”,  seu terceiro CD, lançado pela PolyGram. Ele disse não estar preocupado com o sucesso, pois a música se converteu em um vício que não pretende abandonar tão cedo.

 

“Cosas del Amor” é seu terceiro disco. O que o público pode esperar desse novo CD?

Esse é um disco mais romântico e muito mais íntimo que os anteriores. As músicas que gravei no meu primeiro disco foram compostas quando eu estava com 15 anos, já as que fazem parte de “Cosas del Amor”, foram escritas aos 23. Elas são diferentes, têm mais profundidade, pois houve uma evolução poética no meu trabalho.

Três anos de carreira, três CDs lançados e mais de doze milhões de discos vendidos em todo o mundo. Como você administra o sucesso?

O sucesso…? Não sei. O que faço não é pensando no sucesso, mas sim porque é o que mais gosto de fazer, a única coisa que me preenche. Não faço música por fama e nem por dinheiro.

Tudo bem, você não faz por dinheiro.  Mas de certa forma isso mudou a sua vida, não?

Sim, claro. Não digo que o dinheiro não seja importante. Ninguém quer ser roubado. Mas para mim isso se converteu em um vício. Quando entramos no mundo da música e começamos a ter sucesso, ou mesmo não tendo, ela acaba se transformando em um vício que é difícil abandonar.

Atualmente vemos que o mercado musical latino se desenvolveu muito. Você vê isso como um fenômeno que terá longa duração ou é mais um modismo passageiro dos Estados Unidos, Japão e Europa?

Acredito que estamos apenas no começo. Falta muito para o mercado latino conquistar, pois ainda existem muitos lugares escondidos da Europa e na Ásia. Os latinos – e quando digo latino também estou incluindo os brasileiros, somos uma raça que está crescendo, não fizemos ainda nem 5% daquilo que poderíamos realizar. Imagine se a América Latina estivesse bem economicamente, assim como a Europa, que mercado poderia ser, não?

Quais os artistas, dentro desse panorama da música latina, que você destacaria?

Há muitos artistas que merecem destaque. Entre eles temos o Luis Miguel, Cristian Castro, Ricky Martin, Alejandro Sanz, Rosana, Juan Gabriel, Franco de Vita e os brasileiros do grupo Só Pra Contrariar, que está tocando muito em todos os lugares.

O que Enrique Iglesias acha do artista Julio Iglesias?

Sempre fui o seu fã número um. Não só como artista, mas também como pai. É um grande artista que sempre teve no trabalho uma impressionante tenacidade e   perseverança. Sou um grande fã de Julio Iglesias.

Você pretende lançar algum disco ou fazer alguma música com o seu pai?

Não, não tenho nenhum projeto nesse sentido. Desde que iniciei minha carreira sempre separarei muito bem as questões profissionais das familiares. E é assim que continuo fazendo…

No lançamento do primeiro CD você disse que esperava que sua música fosse ouvida no mundo todo, “a ponto de um dia estar em um elevador em Taiwan e poder ouvi-la”. Com doze milhões de discos vendidos você já chegou a esse ponto ou falta muito?

Veja como as coisas são engraçadas. No ano passado ganhei um disco duplo de platina em Taiwan, sendo o primeiro latino a ganhar um platina naquele pais. Quando estive lá e vi que tinha conseguido disse para mim mesmo, em tom de brincadeira: “Mas que meta mais curta eu me propus!” Agora fica a responsabilidade de continuar crescendo e ter mais público.

Quais seus planos artísticos para o futuro?

Já estou pensando em meu próximo disco. Quem sabe não vem um CD em inglês?

 

ENRIQUE IGLESIAS EM NÚMEROS

Em apenas três anos o cantor espanhol Enrique Iglesias teve uma carreira das mais meteóricas no mundo pop. Confira os números do que ele já conquistou com três CDs lançados pela PolyGram:

  • 12 milhões de discos vendidos;
  • 116 discos de platina;
  • 227 discos de ouro;
  • Grammy de Melhor Artista Pop Latino em 1996;
  • Álbum do ano de 1997 da Billboard;
  • Outros 24 prêmios internacionais;
  • Nove de suas músicas chegaram ao primeiro lugar do Hot Latin Tracks Chart da Billboard;
  • Foi capa de 250 revistas;
  • Apareceu em 190 programas de televisão em 23 países;
  • É possível que ao terminar de ler este quadro os dados acima já estejam desatualizados.

NOTA: esses dados referem-se só até o ano de 1998.

Veja o vídeo Enrique Iglesias: rei do pop latino com dados atualizados em:

https://www.youtube.com/watch?v=e9taZUGNkPQ&t=124s