Mercedes Sosa é homenageada no Memorial da América Latina

A Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, do Memorial da América Latina, está recebendo a exposição Imágenes y Canciones: los sonidos de Latinoamérica, un homenaje a Mercedes Sosa, com catorze fotos inspiradas em canções gravadas pela cantora argentina. Organizada pelo Colégio Bandeirantes, sob curadoria de Gisele Ottoboni, Giselle Migliari e Paula Renata de Araújo, professoras da instituição, o projeto reuniu alunos do 8º ano (antiga 7ª série) do Ensino Fundamental, que foram os autores das fotos. A abertura, ocorrida ontem só para convidados, contou com um espetáculo musical da cantora Míriam Miràh e do percussionista Jica Nascimento, tendo a apresentação de Franklin Valverde, editor da revista virtual Onda Latina. Míriam fez uma bela seleção de músicas interpretadas por Mercedes Sosa e falou de sua admiração pela cantora (leia depoimento abaixo).A exposição Imágenes y Canciones: los sonidos de Latinoamérica, un homenaje a Mercedes Sosa ficará aberta à visitação pública até o dia 17 de dezembro. Além das fotos elaboradas pelos alunos do Colégio Bandeirantes, também há uma seleção de capas de discos (LPs), gravados por Mercedes, pertencentes ao acervo de Valverde, que foi apresentador do Radio Hispanidad, programa radiofônico dedicado à música latina do qual Mercedes Sosa participou inúmeras vezes nos anos oitenta e noventa.

Imágenes y Canciones: los sonidos de Latinoamérica, un homenaje a Mercedes Sosa

De 24 de novembro a 17 de dezembro de 2010.

Segunda a Sexta, das 9h às 18h.

Sábados, das 9h às 15h .

Biblioteca Latino-Americana Victor Civita

Memorial da América Latina

Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Metrô Barra Funda

Entrada Portão 6 – Estacionamento (pago) no Portão 8.

São Paulo – SP

Informações: tel.: (11) 5087-3500.

Entrada gratuita.

Depoimento de Míriam Miràh sobre Mercedes Sosa:

“Meu primeiro contato com a música latina em voga nos anos 70 foi exatamente no final de 1972, não tínhamos Internet, e alguns poucos discos chegavam às nossas mãos através de amigos, na maioria estudantes, que começavam a fazer suas viagens para a Cordilheira, no famoso ‘trem da morte’. Surgiam movimentos musicais no Chile, na Argentina, no Uruguai, na Bolívia, baseados na música folclórica, com letras de conteúdo político. Foi amor à primeira vista. As primeiras vozes femininas que ouvi foram as de Violeta Parra e Mercedes Sosa, que gravou sua Homenaje a Violeta Parra. Minha identificação foi imediata, e a voz e sensibilidade desta incrível mulher passaram a ser meu guia no meu cantar. A partir da criação do Grupo Tarancón, que tinha o objetivo de divulgar este canto latino no Brasil, todas as minhas interpretações tinham como princípio a voz de minha maior mestra Mercedes Sosa, ecoando em minha alma. Ela significa até hoje tudo o que há de melhor e mais significativo na música latino-americana, elevando-a ao patamar da universalidade, o mundo todo reverencia ‘La Negra’ mesmo após sua partida. Neste ano, prestei minha homenagem a ela, gravando um DVD em maio, no Sesc Vila Mariana, com o título La Negra y La Negrita, querendo expressar o que sinto até hoje, ainda sou uma humilde seguidora desta estrela maior.”