je_suis_charlie.jpgHoje (7 de janeiro) não é um dia como os outros. Desde as 11h30 da manhã, quando a um quilômetro da minha casa doze pessoas foram cruelmente executadas, o dia ficou mais cinza, mais frio e, com o coração apertado, não parei de pensar nessas famílias que hoje não verão voltar pra casa o pai, o irmão, o marido, o filho, o namorado, o companheiro, o tio, o amigo.

Doze vitimas da intolerância e da incompreensão que morreram em nome da liberdade de expressão na república que tanto preza o valor da liberdade. O primeiro-ministro da França Manuel Valls disse que todo francês hoje está horrorizado e tocado pela tremenda injustiça que ocorreu na pátria da liberdade.

Eu não sou francesa, mas compartilho a dor dessa perda, como seguramente muitos outros em todo o mundo. Afinal, o que somos senão gente da mesma tribo, de uma mesma grande família com crenças, pensamentos, valores e opiniões diversas?

Também não sou leitora assídua de Charlie Hebdo, mas conheço as charges que fizeram famosos os jornalistas vítimas dos atentados, e reconheço o que representa o desaparecimento dessas figuras mitológicas do mundo do jornalismo, das charges e dos cartoons. 

Hoje, não fosse minhas obrigações rotineiras, teria ido às ruas em solidariedade às famílias das vítimas, chorar minha pena, clamar por justiça. Quem sabe assim conseguiria acalmar essa dor que me impediu de sorrir como de costume…