s_f_c.jpgCorintianos, palmeirenses e são-paulinos que me desculpem, mas não há nada mais bonito no Pacaembu do que ele ser invadido pela torcida santista. Chegam solitários, em duplas, em trios para formarem as dezenas, centenas e milhares de fãs fanáticos. Por mais que não acreditem, ou descrentes duvidem, não há nada igual. O desfilar de camisas é algo à parte. Elas são de todas as épocas, com patrocínios já esquecidos e perdidos no tempo, cortes e recortes dos mais variados, porém em comum o distintivo único de alcance universal e de glórias imortal. Por incrível que possa parecer, há incontáveis matizes de branco e preto, que se somam, que se alternam e que se mesclam, compondo um dos mais fascinantes quadros cinéticos de que se tem notícia.

É um espetáculo como poucos no mundo da bola. Já vi todos os outros também indo para lá, mas não é a mesma coisa. A galera santista exala um astral ímpar, que não há como ser superado. Quanto mais nos aproximamos do estádio, mais sentimos uma energia que alimenta a alma nutrindo todas as sensações.

Há quem diga que outros, de cores semelhantes, fazem espetáculos maiores. Esses que afirmam isso, com certeza, não chegaram perto para sentir o que é a nação santista. Eles insistem que são em maior número. Não contestamos. Sim, nisso eles têm razão. Ser santista não é para qualquer um. Como podemos ler nos dizeres bíblicos: “Muitos serão chamados, poucos serão os escolhidos…”. Isso é ser santista, não tem segredos.

Estar no Pacaembu é estar em casa. É bem verdade que o estádio é do próprio paulistano e assim deve continuar. Mas lá também é nossa casa. Ninguém ganhou tanto como nós lá dentro, ninguém dá tanto espetáculo como nós lá dentro. O sonoro grito de Santos, duas sílabas pronunciadas em cadência contínua e compassada, é a verdadeira batida do coração do Pacaembu.

O Museu do Futebol, que ganhou espaço entre suas arquibancadas, também dá a tônica santista. Muitos dos melhores momentos dessa arte esportiva, lá registrados, são santistas. Isso não é exagero, mas pura constatação. Não foi à toa que o Rei nasceu para o universo da bola com a cores santistas, honrando-as melhor do que ninguém.

Essa invasão santista não é um espetáculo que aconteça com tanta frequência. Mas isso é bom, não banaliza. Não o torna algo tão comum que, mesmo belo, ninguém nota. Portanto, não é exagero: o Pacaembu é santista.

PS.Ah, estava esquecendo o resultado do jogo. Não deu outra: Oeste 1 X Santos 2. Como tinha de ser.

 

 

Franklin Valverde é jornalista e editor da revista virtual www.ondalatina.com.br. Site pessoal: www.franklinvalverde.com.br.