“Tem mais chuva à vista pelo menos até terça-feira, e são volumes consideráveis, levando em conta que já está tudo molhado por lá. Na quarta, sim, a chuva deve dar uma trégua. O volume de chuva é super alto em julho lá em Mae Sai, que fica na província de Chiang Rai, média de 316 milímetros. E também fica quente por lá porque esta é a época da chamada monção de verão”.
Essa foi a previsão do tempo exibida na tevê pela simpática e talentosa Maria Júlia Coutinho para os dias previstos para o resgate dos garotos presos numa caverna na Tailândia. A previsão do tempo parecia ser o único assunto de interesse a “cortar” a cobertura da Copa do Mundo na Rússia, evento que o mundo parou para ver, mas que foi entremeado pelo drama dos meninos tailandeses.
Ake, o treinador, Titan, Dom, Pong, Mark, Mick, Nick, Bew, Adul, Night, Note, Tle e Tee entraram na caverna no dia 23 de junho e acabaram ficando presos. O nível da água subiu na entrada da caverna, e então eles ficaram ilhados numa encosta e totalmente cercados pela água.
Mas a boa notícia, a excelente notícia que todos esperavam, veio hoje: depois de resgatados, todos tiveram alta do hospital e o mundo inteiro se alegra: os Javalis Selvagens fizeram na data presente sua primeira aparição pública depois de terem sobrevivido a um resgate dramático.
Os 12 garotos do time de futebol Javalis Selvagens (Moo Pa, em tailandês) e seu técnico, de 25 anos, relataram o medo, a fome e a alegria de terem sido encontrados por mergulhadores britânicos durante as semanas em que ficaram isolados do resto mundo. Em sua primeira aparição, o grupo também homenageou o mergulhador Saman Kunan, que morreu durante os esforços para o resgate dos meninos e de seu técnico.
O que deve ficar de lição para todos nós e que mais chama a atenção no salvamento dos meninos da caverna Tham Luang são a falta de histeria, de dedos em riste, de chantagens emocionais e de tentativas dos pais e das autoridades de culpar alguém – características tão comuns em nossa cultura, infelizmente. Afinal, “se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor, não minha”.
O comportamento, controlado para não piorar a situação – que já era, por si só, de desespero e de risco total –, representa belo exemplo de como lidar, de forma sábia, com dificuldades extremas. O que esse fato dramático (mas com final feliz!) deixa de ensinamentos mais importantes são o comportamento das famílias e dos meninos, bravíssimos javalis selvagens, e a generosidade dos que arriscaram as próprias vidas para salvá-los.
Quarta-feira, 18 de julho de 2018, dia histórico!